Em meio aos graves avisos de fome iminentes dos cinco meses da campanha de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, os militares dos Estados Unidos realizaram lançamentos aéreos de alimentos para o enclave e vão construir um porto temporário para importações de ajuda, anunciou o presidente Joe Biden ontem (7).
No entanto, na visão do relator especial sobre o direito à alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU), Michael Fakhri, os lançamentos aéreos "farão muito pouco para aliviar a fome, a desnutrição […]", disse nesta sexta-feira (8), segundo a Reuters.
"Isso é mais do que uma aliança. Isso é um casamento […]. É quase incompreensível", disse ele sobre o apoio dos EUA a Israel, chamando as recentes medidas de ajuda de uma "atuação para tentar encontrar um público interno, com as eleições [presidenciais dos EUA] se aproximando. Essa é a única interpretação racional e coerente [para esses anúncios de ajuda], porque […] de uma perspectiva humanitária, de uma perspectiva internacional, de uma perspectiva de direitos humanos, é [um] absurdo, de uma forma sombria e cínica", afirmou Fakhri.
O relator também declarou, na quinta-feira (7), ao Conselho de Direitos Humanos da organização que Israel estava destruindo o sistema alimentar de Gaza como parte de uma "campanha de fome" mais ampla.
O enviado de Israel ao conselho chamou as declarações de mentira e negou veementemente a restrição de ajuda a Gaza, relata a mídia.