"O Canadá está retomando seu financiamento à UNRWA para que mais possa ser feito para atender às necessidades urgentes dos civis palestinos. O Canadá continuará a levar as alegações contra parte do pessoal da UNRWA [supostamente envolvido com o movimento palestino Hamas] e permanecerá trabalhando intimamente com a UNRWA e as Nações Unidas para buscar responsabilização e reformas", afirmou o ministro do Desenvolvimento Internacional, Ahmed Hussen, em suas redes sociais.
Em janeiro, a UNRWA lançou uma investigação sobre alegações de Israel de que vários funcionários da agência estiveram envolvidos nos ataques do Hamas em 7 de outubro, que deflagraram o conflito israelo-palestino.
Desde que as alegações foram levantadas, diversos países deixaram de contribuir com a agência, como Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Alemanha e Canadá, além de outras 14 nações.
Em um movimento contracorrente, o Brasil anunciou que daria uma contribuição à agência das Nações Unidas.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, rejeitou a acusação de Israel de que a organização que chefia está em conluio com o Hamas.
Segundo ele, as "falsas alegações" podem pôr em perigo os funcionários do órgão, que arriscam as suas vidas para servir aos vulneráveis.
De acordo com a OMS, as instalações médicas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia sofreram mais de 670 ataques desde 7 de outubro de 2023, com 623 mortos e 837 feridos.
Em fevereiro, as Nações Unidas acusaram Tel Aviv de "bloquear sistematicamente" a ajuda a Gaza, onde 25% dos palestinos estão passando por insegurança alimentar, segundo a própria organização.
Ontem (7) Israel disse que a ajuda humanitária no enclave cresceu e negou usar a fome como "arma de guerra".
Conflito já matou mais de 30 mil pessoas
O número de residentes da Faixa de Gaza mortos por ataques israelenses ultrapassou os 30 mil, e outros 65 mil ficaram feridos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Do lado israelense, os ataques do Hamas causaram a morte de cerca de 1,2 mil pessoas e deixaram quase 5,5 mil feridos. O grupo também tomou 250 israelenses como reféns.
De 24 de novembro a 1º de dezembro, durante uma trégua humanitária acordada entre as partes envolvidas no conflito, 80 reféns do Hamas, em sua maioria mulheres e crianças, foram trocados por 240 prisioneiros palestinos. Além disso, as milícias palestinas libertaram mais 30 cativos. Cerca de 130 reféns ainda são mantidos em cativeiro em Gaza.
Quando a trégua expirou, as operações de guerra foram retomadas e o fluxo de ajuda humanitária, que chegava ao sul do enclave palestino, proveniente do Egito, foi novamente reduzido a um quinto do que Gaza recebia antes do conflito, também segundo as Nações Unidas.