A incapacidade do Exército ucraniano de estabilizar a linha de frente após a libertação de Avdeevka pela Rússia foi atribuída por alguns meios de comunicação ocidentais à má qualidade das fortificações que as forças do regime de Kiev construíram apressadamente.
O The New York Times, por exemplo, descreveu essas fortificações como sendo "linhas de trincheiras esparsas e rudimentares" que "carecem de muitas das fortificações adicionais que poderiam ajudar a desacelerar os tanques russos e ajudar a defender as principais rodovias e terrenos importantes."
Embora o governo ucraniano tenha alocado cerca de US$ 34 milhões (R$ 167,9 milhões) para a construção de fortificações em áreas da região de Zaporozhie atualmente controladas pelas forças de Kiev, ainda não está claro o quão eficaz esse esforço será, disse o analista militar e coronel aposentado das Forças Armadas da Rússia Anatoly Matviychuk.
Com o complexo militar-industrial da Ucrânia em frangalhos, Kiev simplesmente não tem a capacidade de produzir os componentes necessários para a construção de fortificações, disse o especialista.
"Eles escavam no solo, tentam criar algumas zonas de obstáculos que simplesmente não são eficazes e não correspondem aos critérios da guerra moderna", disse ele. "Eles falham tanto na qualidade como na quantidade de fortificações que constroem ao longo de suas linhas defensivas."
Atualmente, a Ucrânia não tem a capacidade de criar posições defensivas de várias camadas semelhantes às construídas pela Rússia.
"Nós [Rússia] podíamos colocar entre 500 a 1.000 minas por quilômetro de linha de frente, estabelecemos linhas de dentes de dragão com intervalos de não mais de um metro e meio, que não permitiriam que os principais tanques de batalha modernos passassem sem assistência de engenharia especial", explicou Matviychuk acrescentando que "Atualmente, a Ucrânia é incapaz de fazer isso".