O professor de biologia da Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês) Matthew Rockman e a associada de pós-doutorado Sophia Tintori visitaram a zona de exclusão de Chernobyl em 2019 e coletaram amostras de uma espécie de nematoide chamada Oscheius tipulae.
"Esses vermes vivem em todos os lugares, e vivem rapidamente, então eles passam por dezenas de gerações de evolução, enquanto um vertebrado típico [não consegue fazer isso]", disse Rockman em comunicado de imprensa anunciando os resultados do estudo.
Os pesquisadores, trajados com equipamentos de proteção e usando contadores Geiger, coletaram amostras de solo, frutas podres e outros materiais orgânicos que continham os vermes, escolhendo locais com diferentes quantidades de radiação.
Rockman e Tintori sequenciaram os genomas de 15 vermes que coletaram de Chernobyl e os compararam a cinco linhagens de nematoides coletadas em outros lugares. Enquanto as linhagens de vermes diferiam na forma como toleravam danos no DNA, essas diferenças não correspondiam aos níveis de radiação nos locais de coleta.
Os cientistas "não conseguiram detectar uma assinatura de danos por radiação" nos vermes de Chernobyl, disseram eles. Embora sendo cautelosos para não tirar conclusões precipitadas, Tintori e Rockman expressaram esperança de que essa pesquisa possa ser útil no tratamento do câncer.
O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).