Panorama internacional

Especialista militar explica qual mensagem Putin envia ao Ocidente com sua nova grande entrevista

Nesta quarta-feira (13), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu uma entrevista a Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.
Sputnik
Questionado pela Sputnik, o analista militar e coronel aposentado das Forças Armadas da Rússia, Anatoly Matviychuk, explicou qual, segundo ele, a mensagem que Putin envia ao Ocidente com essa entrevista.
"A comunidade internacional tem certas regras de conduta não escritas. Eu até diria mesmo, talvez, leis, que grandes países que possuem economia poderosa, o Exército mais poderoso, têm em torno de si certo espaço vital, cuja violação, diminuição do tamanho, leva à deterioração da vida da população, à deterioração do funcionamento da economia e, em geral, à deterioração de todo o funcionamento do Estado como um todo", disse o especialista.

"Acho que Putin está alertando os EUA: 'vocês expandiam [seus interesses], mas até que vocês não tocavam em nosso espaço vital, estávamos em silêncio'. Mas a Ucrânia, Belarus, os antigos países da União Soviética são os nossos vasos sanguíneos que nos alimentam, porque estão historicamente ligados à nossa Rússia. É parte de um todo. E invasão de qualquer Exército estrangeiro sob as intenções mais plausíveis, por exemplo, defender a democracia, defender dos marcianos, do território que consideramos ser a priori nosso, será uma intervenção. Intervenção é uma invasão do espaço da economia, do espaço financeiro, do espaço da segurança militar, de fato, das áreas vitais onde a Rússia realiza suas atividades vitais. Vamos defender este espaço com todas as forças e meios que temos. E sabemos que o presidente sempre havia advertido que se houver uma deterioração súbita ou mesmo uma ameaça à soberania, não vamos hesitar usar armas nucleares. Acho que esta é a mensagem dele nesta entrevista", observou Matviychuk.

Além disso, o especialista ponderou que consequências deve esperar a OTAN se o bloco enviar um contingente de tropas para a Ucrânia.
"Aquilo que eles dizem que vão enviar algo para lá, acho que é preciso dizer uma frase. Todos os alvos que consideramos críticos, a região Pfalz na Alemanha, onde estão armazenadas armas nucleares, este e outros centros economicamente avançados da União Europeia, a OTAN, que propagam uma atitude agressiva em relação a nós, já estão na mira das nossas forças nucleares estratégicas. E a nossa resposta será não contra quaisquer praças, mas em alvos específicos para destruição que minará o poder econômico, em primeiro lugar, da União Europeia e, em segundo lugar, causarão danos irreparáveis aos Estados Unidos da América."
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Durante a entrevista, o presidente russo afirmou que a Rússia considerará intervencionistas as eventuais tropas dos Estados Unidos enviadas à Ucrânia.
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