"A junta governante do Níger revogou o acordo militar com os Estados Unidos que permite que as forças americanas e o pessoal civil do Departamento de Defesa permaneçam em território nigerino. A decisão entra em vigor imediatamente", informou o grupo.
Havia cerca de 1,1 mil soldados dos EUA no Níger distribuídos em duas bases instaladas no país, segundo estimativas do ano passado. Uma delas mantém drones e é conhecida como Base Aérea 201. Construída perto da cidade de Agadez, a unidade militar custou mais de US$ 100 milhões (R$ 499,6 milhões).
Na decisão, segundo informações veiculadas pela agência de notícias Reuters, a motivação "decorre de uma visita de autoridades dos EUA nesta semana, liderada pela secretária adjunta de Estado para Assuntos Africanos, Molly Phee, e que incluiu o general Michael Langley, comandante do Comando dos EUA para África".
A agência afirmou que o porta-voz da junta, coronel Abdramane, falando pela televisão no país da África Ocidental, afirmou que a delegação dos EUA não seguiu o protocolo diplomático e que o Níger não foi informado sobre a composição da delegação, a data da sua chegada ou a agenda.
"O Níger lamenta a intenção da delegação americana de negar ao povo soberano do Níger o direito de escolher os seus parceiros e tipos de parcerias capazes de realmente ajudá-los a lutar contra o terrorismo", disse Abdramane.
Durante a entrevista, ele acrescentou que as discussões da comitiva dos EUA giraram em torno da atual transição militar no Níger e da cooperação militar entre os dois países.
A junta do Níger assumiu o poder em julho do ano passado, e expulsou as forças francesas e europeias que estavam no país, rompendo, assim, com a relação de subordinação em relação à França.