A colunista de política do Washington Post e ganhadora do Prêmio Pulitzer Kathleen Parker sujeitou a vice-presidente Kamala Harris a duras críticas esta semana.
Apesar de Harris ter um currículo impressionante, um toque especial e uma reputação de ser uma promotora durona, ela não atendeu às expectativas do público, segundo a jornalista. "Seu desempenho como segunda em comando foi decepcionante, para dizer o mínimo", destacou Parker.
De acordo com o agregador de pesquisas FiveThirtyEight, apenas 37,2% dos norte-americanos aprovam a vice-presidente em exercício, enquanto 52,3% desaprovam.
Parker destacou que Harris "foi um fracasso colossal como 'czar da fronteira'" e costumava "envergonhar seu chefe com seus comentários às vezes fúteis e incoerentes e uma risada que irrompe do nada sobre algo nada óbvio para os outros".
A "indulgência com a política de identidade" do Partido Democrata não está permitindo que o presidente Joe Biden demita Kamala, uma mulher negra de ascendência asiática, no momento em que ela se tornou um "fardo para a chapa democrata", continuou Parker.
Além do mais, deve-se ter em mente que Harris poderá assumir as rédeas da política dos EUA se algo acontecer a Biden.
"A gravidade desta situação não pode ser exagerada", alertou a jornalista. "A diminuição das faculdades de Biden, apesar do seu relativamente bem sucedido discurso sobre o Estado da União, e a sua crescente fragilidade física são preocupantes. Toda pessoa honesta sabe que [o presidente norte-americano] não está na sua melhor forma."
"Não há razão para pensar que sua classificação aumentaria se ela fosse subitamente promovida ao Salão Oval. Em vez disso, a maioria dos sinais apontam para um desastre", enfatizou Parker.
A repórter insistiu que Biden poderia contratar "outra pessoa com experiência executiva", que "estivesse pronta para assumir as rédeas caso os acontecimentos assim o exigissem".
O artigo de opinião veio logo após o depoimento do ex-conselheiro especial Robert Hur perante legisladores norte-americanos a respeito da investigação sobre o manuseio incorreto de registros confidenciais por Biden. Hur enfatizou que Biden reteve deliberadamente registros confidenciais quando era cidadão comum, o que era ilegal.
O ex-procurador especial também destacou que apesar de não apresentar queixa contra Biden, não exonerou o presidente. Hur, em seu relatório, descreveu o presidente como um "homem idoso simpático e bem-intencionado, com memória fraca". A descrição colocou em dúvida a capacidade mental de Biden e sua campanha à reeleição em 2024, segundo a imprensa.
A ex-secretária de Estado Hillary Clinton foi citada como tendo dito em fevereiro de 2023 que Harris não seria capaz de vencer as primárias democratas devido à falta de "instintos políticos". A ex-candidata presidencial democrata é conhecida por suas próprias ambições políticas, com alguns observadores sugerindo que ela pode tentar retornar à política se Biden e Harris perderem completamente o fôlego.
Em suas entrevistas anteriores à Sputnik, o analista de Wall Street e jornalista investigativo Charles Ortel concordou que os Clinton "parecem estar exibindo seus talentos assim como os democratas precisam encontrar candidatos viáveis para substituir Biden e sua inepta vice-presidente [Kamala Harris]", acrescentando que no entanto, o Partido Democrata ficaria muito mais confortável com a ex-primeira-dama Michelle Obama no comando.