"Uma das razões pelas quais os melhores tanques da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] não atenderam às expectativas […] é que há tantos drones baratos no campo de batalha, que toda vez que um tanque se aproxima da linha de frente, enxames de drones […] atacam", diz o jornal, que cita o ex-oficial americano Mike Riedmuller.
Conforme operadores das Forças Armadas do país, os tanques britânicos Challenger 2 são muito pesados para se mover sobre as pontes ucranianas ou terrenos macios. Além disso, Kiev carece de peças sobressalentes para reparos de eventuais defeitos. Já os alemães Leopard 2 pesam aproximadamente o mesmo que os Challenger, enquanto os norte-americanos Abrams são ainda mais pesados.
Na opinião de Riedmuller, o Ocidente deveria gastar recursos não em tanques, mas em munições, drones, veículos blindados de transporte de pessoal e veículos de infantaria.
Enquanto isso, a Rússia considera que o fornecimento de armas à Ucrânia dificulta a resolução do conflito, além de envolver diretamente os membros da OTAN na operação militar especial.
O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, já declarou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia. Segundo Lavrov, EUA e OTAN estão diretamente envolvidos no conflito, não apenas fornecendo armas, mas também com treinamento de militares ucranianos em países como Reino Unido, Alemanha e Itália, entre outros.
Zelensky critica Ocidente
No início de março, Zelensky criticou os patrocinadores da OTAN, ao acusar os países de praticarem "jogos políticos internos" em vez de aumentarem o apoio militar necessário para Kiev. O presidente ucraniano ainda comentou o impasse em Washington em relação ao novo apoio militar dos EUA para a Ucrânia de US$ 61 bilhões (R$ 302 bilhões), que enfrenta dificuldades no Congresso.
Kiev recebeu mais de US$ 265 bilhões (R$ 1,3 trilhão) em ajuda militar e econômica estrangeira até o momento, com o Instituto Kiel para a Economia Mundial rastreando cerca de 115 bilhões de euros (R$ 617 bilhões) apenas em assistência com armas — o que é mais de uma vez e meia todo o orçamento de defesa da Rússia em 2023.