No entanto, nos últimos dias, surgiram questionamentos sobre a veracidade de suas declarações — em alguns dos áudios obtidos pela Veja, destacam-se ataques direcionados ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e à Polícia Federal.
Desde que iniciou sua cooperação com as autoridades, Cid já prestou seis depoimentos à PF, nos quais revelou detalhes dos planos golpistas discutidos por Bolsonaro e seu círculo mais próximo.
No entanto, surgiram gravações de conversas privadas de Cid, nas quais ele questiona a condução dos depoimentos e alega que suas palavras foram distorcidas e manipuladas pelos investigadores, conforme publicou a Veja.
Nas gravações obtidas, ele expressa sua frustração com o processo, afirmando que foi pressionado a corroborar uma narrativa predefinida pelos policiais, mesmo quando suas declarações não condiziam com a realidade dos fatos.
Ele menciona que foi induzido a confirmar informações que não presenciou e que algumas declarações foram tiradas de contexto.
Um dos pontos mais controversos das gravações é a crítica direta ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos que investigam as tentativas de golpe, venda de joias do acervo presidencial e falsificação de registros de vacina.
Cid sugere que Moraes tem uma influência desproporcional sobre os desdobramentos judiciais.
Por outro lado, os depoimentos de Cid forneceram informações cruciais que ajudaram a esclarecer a tentativa de golpe e resultaram no indiciamento de Bolsonaro e outras 16 pessoas.
Ele descreveu reuniões no Palácio da Alvorada, nas quais Bolsonaro pressionou militares de alta patente a aderir ao golpe e listou os envolvidos na trama golpista.
A dualidade na postura de Cid pode ser atribuída a vários fatores, tais como pressões externas e o medo de retaliação.