Durante depoimento, Cid confirmou o conteúdo de sua delação premiada e refutou qualquer sugestão de coerção por parte das autoridades.
Os áudios, revelados em reportagem da revista Veja, contêm declarações de Cid alegando que durante as audiências da delação, a Polícia Federal teria tentado induzi-lo a fornecer informações que ele não possuía.
Além disso, o ex-ajudante de ordens também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Ao ser interrogado sobre os áudios, Mauro Cid reconheceu suas próprias falas, descrevendo a conversa como "privada, informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta em entrevista de grande circulação".
Ele também expressou dificuldades em identificar para quem dirigiu tais desabafos, afirmando não acreditar que alguém de seu círculo próximo estaria envolvido nos vazamentos.
Durante o depoimento, Cid explicou que suas declarações foram feitas em momento de desabafo e que não representavam posição concreta sobre outras pessoas a serem presas.
Ele afirmou que as declarações foram genéricas e fruto do contexto em que estava inserido.
Sobre as acusações de coerção por parte das autoridades durante o processo de delação, Cid negou categoricamente, afirmando que as perguntas formuladas pela PF refletiam uma visão dos fatos diferente da sua, e que ele simplesmente relatava o que realmente havia acontecido, sem sofrer qualquer pressão para fornecer informações inverídicas.
Após seu depoimento, o tenente-coronel foi preso sob acusação de obstrução de Justiça e descumprimento das regras da delação premiada.
Segundo informações do STF, ele foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal para realizar exame de corpo de delito e posteriormente será mantido preso no Batalhão de Polícia do Exército, em virtude de sua condição militar.
A decisão de tornar público o depoimento de Mauro Cid foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, com o objetivo de "afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração" do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro nas investigações em curso.