O investimento no bioma amazônico, programado para os próximos quatro anos, será uma colaboração entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com previsão de participação do setor privado.
O plano delineado pelos dois governos inclui diversos componentes-chave, como diálogo entre as administrações francesa e brasileira sobre os desafios da bioeconomia, parceria técnica e financeira com bancos públicos brasileiros e nomeação de coordenadores especiais para empresas inovadoras em bioeconomia.
Além disso, está prevista a criação de um novo acordo científico entre a França e o Brasil, operado pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, na sigla em francês) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e a formação de um hub de pesquisa, investimento e compartilhamento de tecnologias para a bioeconomia.
Os dois países também afirmaram o envolvimento das comunidades locais na tomada de decisão dos investimentos e anunciaram um grande plano de investimento global, público e privado, para a bioeconomia, promovido no âmbito da presidência brasileira do G20.
Os investimentos se concentrarão em ações de conservação e manejo sustentável das florestas, tecnologias baseadas em recursos biológicos, capacitação e criação de empregos, e manejo sustentável das florestas e da biodiversidade.
Sobre o mercado de carbono, ambos os governos defenderam altos padrões para seu estabelecimento, visando remunerar os países florestais que investem na restauração de sumidouros naturais, conforme previsto no Acordo de Paris.
Lula e o líder do governo francês solicitaram a finalização das negociações para esse mercado o mais rápido possível, destacando que o comércio de crédito de carbono pode viabilizar o financiamento de projetos ambiental e socialmente responsáveis.
Os presidentes também se comprometeram a promover parcerias globais para financiar a proteção das florestas tropicais e da biodiversidade, incluindo novos instrumentos de financiamento.
França e Reino Unido propuseram que o Brasil indique um novo membro para o Painel Internacional de Créditos de Biodiversidade, visando fortalecer os esforços para incentivar o financiamento da proteção e restauração da biodiversidade pelo setor privado.