Os fornecimentos turcos de trinitrotolueno, conhecido como TNT, e de nitroguanidina, que é utilizada como propulsor, seriam cruciais na produção de munições de calibre 155 mm, padrão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de acordo com responsáveis familiarizados com as discussões, ouvidos pela Bloomberg.
O aumento da procura levou a um atraso nas encomendas globais e colocou pressão sobre as cadeias de abastecimento de defesa, especialmente de componentes como o TNT, disseram as autoridades sob condição de anonimato.
O Pentágono disse no final de fevereiro que contratou a General Dynamics Ordnance and Tactical Systems para construir três linhas de peças metálicas para projéteis de 155 mm no Texas, inclusive com subcontratados turcos. A fábrica, em Mesquite, Texas, está programada para entrar em atividade em junho, disse a empresa.
Espera-se que as linhas de produção da empresa de defesa turca Repkon produzam cerca de 30% de todos os projéteis de artilharia de 155 mm fabricados nos EUA até 2025, disseram as pessoas.
Em uma declaração sobre o investimento no Texas e a indústria turca, o Pentágono disse que trabalhar com aliados "é fundamental para construir uma base industrial de defesa global", relata a mídia.
Além disso, o Departamento de Defesa comprou 116 mil cartuchos de munição pronta para batalha da Arca Defense, da Turquia, para entrega este ano, com novas compras esperadas em breve para entrega em 2025, acrescentaram os responsáveis.
Os esforços norte-americanos e da Europa fazem parte de uma corrida para alcançar Moscou, que se encontra em vantagem no campo de batalha e fez com que as tropas ucranianas tivessem que deixar lugares estratégicos após investidas.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, planeja visitar a Casa Branca em 9 de maio, pela primeira vez desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo, enquanto os dois suavizam os laços militares.
O acordo com Ancara também revela um equilíbrio delicado entre os aliados da OTAN, cujas relações foram tensionadas pela operação russa na Ucrânia e pelo bloqueio de meses da Turquia à adesão da Suécia à Aliança Atlântica.