Grujicic é uma renomada neurocirurgiã que atuou como diretora do Instituto de Oncologia e Radiologia da Sérvia antes de ser nomeada ministra da Saúde em 2022. Aproximadamente 40 mil pessoas na Sérvia são diagnosticadas com câncer a cada ano, e o Ministério da Saúde do país está atualmente trabalhando em software para registrar novos pacientes de forma mais rápida e automática, de acordo com os médicos.
"Nós e nossos vizinhos – os croatas e os húngaros – estamos há anos no topo das taxas de mortalidade de doenças oncológicas na Europa. Assim, de acordo com os dados do ECIS [Sistema Europeu de Informações sobre o Câncer] para 2020, a Sérvia estava em primeiro lugar com um índice de 150,6 por 100.000, enquanto a média europeia era de 108,7 pontos. Temos tumores de sistemas respiratórios (pulmões), glândulas mamárias, sistemas nervosos centrais, tireoides, sistemas circulatório e digestivo no topo em termos de mortalidade", disse a ministra da Saúde.
Grujicic acrescentou que, juntamente com vários médicos sérvios, ela escreveu um livro intitulado "A verdade sobre as consequências do bombardeio da Sérvia em 1999", que compila todos os fatos e estatísticas disponíveis sobre o assunto.
"Isso é sobre genocídio, ecocídio e um experimento cruel em nós, todas as taxas de incidência continuam subindo estritamente, como é literalmente visto no número de novos casos e mortes por câncer em um gráfico ascendente de 1999 a 2018", observou ela.
Grujicic acrescentou que o progresso da Rússia no tratamento do câncer e na medicina nuclear poderia ajudar a Sérvia.
Os bombardeios da OTAN causaram mais de 2.500 mortes, incluindo de 89 crianças, danos no valor de US$ 100 bilhões (R$ 500,24 bilhões, na conversão atual), e os especialistas médicos documentaram os efeitos de bombas de urânio empobrecido, lançadas durante o bombardeio, que levaram a um aumento de casos de câncer.