No informativo, Dublin anunciou que se juntará ao caso da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra as "ações genocidas" de Israel na Faixa de Gaza.
"O ministro das Relações Exteriores e ministro da Defesa, Micheál Martin TD [Teachta Dála, membro da câmara baixa do Parlamento irlandês] anunciou que a Irlanda intervirá no caso iniciado pela África do Sul contra Israel ao abrigo da Convenção do Genocídio no Tribunal Internacional de Justiça [TIJ]", informa o comunicado.
"Cabe ao tribunal determinar se está sendo cometido genocídio. Mas quero ser claro ao reiterar o que disse muitas vezes nos últimos meses; o que vimos em 7 de outubro em Israel e o que estamos vendo em Gaza agora representa a violação flagrante do direito humanitário internacional em grande escala", disse o ministro das Relações Exteriores, citado no comunicado.
Processo
Diante de um conflito que deve continuar "por muitos meses", segundo o próprio primeiro-ministro de Israel, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) pediu que a CIJ acelere o julgamento do processo movido pela África do Sul contra Tel Aviv.
Em dezembro do ano passado, o país sul-africano acionou o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), acusando Israel de atos genocidas contra a população da Faixa de Gaza. Os bombardeios diários em todo o território, que tem cerca de 2,3 milhões de pessoas, já provocaram a morte de mais de 21,6 mil palestinos em menos de três meses.
O processo na CIJ alega "supostas violações de Israel de suas obrigações nos termos da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (a Convenção de Genocídio) em relação aos palestinos na Faixa de Gaza", conforme comunicado da entidade.
A África do Sul e a ANP, que também responde pela Cisjordânia, que tem outros 3,2 milhões de habitantes, são signatários da convenção.
"O que a África do Sul apresentou, baseando-se no Artigo 9 da convenção e na violação de Israel dos Artigos 2 e 3, está totalmente alinhado com os deveres das nações para evitar a prática desse crime", disse a ANP, que pediu uma resposta rápida da Corte às acusações para evitar ainda mais atos que possam ser enquadrados como genocidas.