"No exercício de 2023, foi apurado o resultado negativo de R$ 114,152 milhões. Após a realização de reserva de reavaliação [R$ 6 milhões] e a incorporação de ajustes de exercícios anteriores [R$ 21 milhões negativos], esse resultado foi coberto pela redução do patrimônio institucional do BC [R$ 2,922 milhões] e pela constituição de crédito com o Governo Federal, a ser recebido até o décimo dia útil do próximo exercício [R$ 111,245 milhões]", diz o informe.
O balanço cita também a mudança da destinação dos lucros da autoridade monetária com a legislação de 2019 (art. 4º da Lei 13.820, de 2019) que regulamenta a relação entre o Banco Central e o Tesouro. Do prejuízo total, o Tesouro terá de cobrir R$ 111,2 bilhões com títulos públicos.
Em 2023, houve prejuízo de R$ 123 bilhões nas operações cambiais, como swap (venda de dólares no mercado futuro) e variação das reservas internacionais, devido à queda na cotação do dólar de 7,86% no ano passado.
O único lucro do BC no ano passado foi o operacional (ganhos com o exercício da atividade) de R$ 8 bilhões.
Do restante, R$ 3 bilhões serão cobertos por meio de redução de patrimônio do BC. O último resultado positivo apurado pelo BC foi em 2021, quando ele teve lucro recorde de R$ 85,9 bilhões.
Na ocasião, o Banco Central criou uma reserva de lucros para cobrir perdas nos anos seguintes, que acabou no ano passado. Em 2022, a Lei Complementar 179 alterou a apuração de resultado do BC de semestral para anual.