A ideia de uma força militar conjunta na União Europeia (UE) é um beco sem saída e fundamentalmente falha, porque há diferentes visões sobre uma série de questões militares críticas, apontou na quarta-feira (27) uma coluna da revista norte-americana Foreign Policy.
"Em teoria, a ideia de unir forças parece atraente [...]. Mas enquanto a UE for composta por Estados nacionais, a ideia de forças armadas conjuntas é fundamentalmente falha", diz Bart Szewczyk no seu artigo de opinião.
Ele acredita que qualquer exército desse tipo, se criado, estaria sob o comando de um veto da França, da Alemanha, da Hungria ou de qualquer outro Estado-membro, que poderia ter sua própria abordagem das questões de uso da força.
"Com as vidas de milhares de seus cidadãos em risco, é praticamente inconcebível que Paris, Berlim ou Varsóvia queiram enviar seus soldados sob a bandeira da UE sem ter um veto final sobre a decisão", observa Szewczyk.
Para o colunista, a ideia de um exército europeu é um "beco sem saída", e uma defesa europeia conjunta e centralizada "não acontecerá e não deve acontecer". Em vez disso ele sugere que se a Europa quiser se tornar uma potência militar eficaz, ela deve se concentrar na construção de capacidades nacionais e na responsabilização dos Estados-membros.
Szewczyk sublinha que, mesmo que tal ideia seja realizada, é praticamente certo que resultará em "brigas intermináveis, rancores amargos e outros atritos".
Anteriormente, Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, considerou inviável a ideia de desmantelar as forças armadas dos 27 Estados-membros para criar um único exército pan-europeu.