Como parte do pacote, a OTAN também poderia assumir as funções operacionais do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, hoje liderado pelos Estados Unidos, que coordena as entregas de armas de cerca de 50 países a Kiev.
Com o Comandante Supremo Aliado da Europa (ocupação de chefia de um comando estratégico da OTAN), general Chris Cavoli, no cargo, tal medida poderia proteger a estrutura de qualquer mudança política que possa vir após as eleições norte-americanas de novembro.
Os membros e aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ainda estão discutindo a proposta de Stoltenberg e qualquer mecanismo de contabilidade, incluindo a possibilidade de incluir a ajuda bilateral à Ucrânia no montante global, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.
A perspectiva do regresso de Donald Trump desencadeou um aumento do debate entre os aliados sobre o que a Europa deveria fazer para garantir que Washington continue a investir na segurança transatlântica, relata a mídia.
O possível retorno do republicano também levantou preocupações entre as autoridades europeias de que Trump poderia retirar a ajuda dos EUA à Ucrânia, à luz dos comentários de que tentaria "acabar com a guerra em um dia".
A agência norte-americana analisa que se os aliados apoiarem a proposta de Stoltenberg, uma medida da OTAN para assumir um papel mais ativo na ajuda à Ucrânia marcaria uma mudança de paradigma para a aliança militar, que anteriormente se distanciou desses esforços para evitar ser potencialmente arrastada para uma guerra mais ampla com a Rússia.
Até agora, a OTAN, enquanto organização, limitou-se à ajuda não letal à Ucrânia, por receio de que um papel mais direto pudesse desencadear uma escalada de tensões com a Rússia. A maioria dos seus membros fornece armas à Ucrânia numa base bilateral.
Como parte do plano, a aliança também criaria uma missão da OTAN para a Ucrânia, embora ainda não estivesse claro se a missão operaria dentro do país, disseram diplomatas. Alguns países foram cautelosos em nomear a operação como uma missão, relata a Reuters.
Stoltenberg disse que o plano é em parte "para proteger contra os ventos de mudança política", mas Trump está em primeiro lugar nas mentes de muitos, disse um diplomata sênior da OTAN à agência britânica.
As discussões ocorrem na semana em que os ministros das Relações Exteriores da aliança se reúnem em Bruxelas, amanhã (3) e na quinta-feira (4), para celebrar o 75º aniversário da OTAN, em 4 de abril.
Porém as propostas do fundo e da chefia do grupo de contato, que precisam da aprovação dos 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, provavelmente mudarão antes que os líderes concordem, disseram as fontes.