O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou nesta quarta-feira (3) as declarações do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, sobre um suposto plano da Rússia para enviar centenas de milhares de novos soldados para a frente de batalha.
"Isso não é verdade", disse Peskov em entrevista à agência russa Tass, após ser questionado sobre o assunto.
Mais cedo, em uma coletiva conjunta com o presidente finlandês, Alexander Stubb, Zelensky disse que não sabia quantos soldados exatamente a Ucrânia precisa recrutar, mas afirmou que a Rússia está se preparando para mobilizar mais de 300 mil soldados até o dia 1º de junho.
Em dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia tem 617 mil soldados lutando contra Kiev na operação militar especial, dos quais 250 mil foram convocados da reserva no outono de 2022. Na ocasião, ele ressaltou que Moscou não pretende realizar um novo recrutamento.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Defesa russo informou que mais de 100 mil cidadãos russos se voluntariaram para lutar contra o regime de Kiev desde o início do ano, dos quais 16 mil se inscreveram após os ataques terroristas ao Crocus City Hall, em 22 de março.
"Durante as entrevistas realizadas na semana passada, a maioria dos candidatos disse que o seu principal motivo para se voluntariar foi o desejo de vingar os mortos na tragédia que ocorreu em 22 de março de 2024, na região de Moscou", disse o órgão em comunicado.
A Ucrânia, por outro lado, vem tentando contornar a escassez de soldados no campo de batalha, causada por morte em confronto com forças russas ou por rendição.
Na terça-feira (2), Zelensky assinou uma lei que elimina a necessidade de aptidão física para ingressar no serviço militar, e outra para reduzir a idade mínima para o recrutamento militar, de 27 para 25 anos. Ademais, a Ucrânia discute um projeto de lei que visa permitir que presos obtenham liberdade condicional para reforçar a linha de frente.