"Temos informações comprovadas de que no território de Essequibo, administrado temporariamente pela Guiana, foram instaladas bases militares secretas do Comando Sul, núcleos militares do Comando Sul e núcleos da CIA", disse Maduro durante o ato de promulgação da Lei Orgânica de Defesa de Essequibo, veiculada em rádio e televisão nacional.
Desde a sede do Parlamento, o chefe de Estado explicou que o objetivo desses "núcleos" é "preparar ataques" contra a população e "preparar uma escalada contra a Venezuela".
Da mesma forma, o presidente alertou sobre uma postura rígida de seu homólogo guianense, Irfaan Ali, da empresa petrolífera norte-americana ExxonMobil e do Comando Sul.
"A ExxonMobil, o Comando Sul e o presidente da Guiana estão errados sobre a Venezuela, muito errados na sua posição de desapropriação imperial, na sua posição bélica, na sua posição ameaçadora", sublinhou.
As tensões entre Caracas e Georgetown aumentaram depois que a Guiana recebeu ofertas para 8 dos 14 blocos petrolíferos que foram licitados em dezembro de 2022, entre os quais está a empresa ExxonMobil.
Caracas considerou a situação um conluio entre Washington e a ExxonMobil para retirar da Venezuela os direitos sobre o território, e realizou um referendo consultivo sobre a proteção de Essequibo em dezembro do ano passado, que obteve mais de 10 milhões de votos.
Após a consulta, no dia 14 de dezembro, os presidentes Maduro e Ali realizaram uma reunião em São Vicente e Granadinas, onde manifestaram a sua vontade de continuar o diálogo para resolver a controvérsia sobre Essequibo.
Além disso, concordaram que a Venezuela e a Guiana "não se ameaçarão direta ou indiretamente, nem usarão a força uma contra a outra em nenhuma circunstância".
Os líderes concordaram também que qualquer litígio entre os dois Estados será resolvido de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966.