Panorama internacional

Ataque de Israel ao consulado do Irã mostra 'status quo entre EUA e aliados' que permite impunidade

Nesta semana, aviões de guerra israelenses atacaram a Embaixada do Irã na Síria, matando sete conselheiros militares, incluindo dois generais. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, jurou vingança. Nesta quinta-feira (4), Tel Aviv tomou providências militares por medo de retaliação.
Sputnik
Na interpretação do analista político iraniano-americano Seyed Mohammad Marandi, diante da forma como os Estados Unidos e os seus aliados permitiram continuamente que Israel "cruzasse todas as linhas vermelhas" no passado, o ataque ao consulado em Damasco "não deveria ser surpresa".
"O regime israelense só é capaz de levar a cabo estes ataques porque os Estados Unidos, os europeus, os canadenses, os britânicos e os australianos permitem-lhes cruzar todas as linhas vermelhas. Quando lhes é permitido cometer um genocídio, quando lhes é permitido realizar um Holocausto, nas palavras do presidente do Brasil, então, obviamente, atacar uma embaixada não deveria ser algo inesperado", afirmou Marandi em entrevista à Sputnik.
Além de não traçar limites para as ações do governo em Tel Aviv, Washington e os europeus continuam a repetir as mentiras de Israel, segundo o analista.
"Agora, eles ainda tentam repetir suas mentiras, embora seja muito mais difícil", explicou Marandi. "Eles destruíram todos os hospitais, toda a infraestrutura. Eles atiram em pessoas carregando bandeiras brancas", relembrou o especialista, acrescentando que as forças israelenses já atacaram duas vezes o Hospital Al-Shifa, e na primeira vez alegaram falsamente que continha uma rede de túneis e um centro de comando do Hamas.
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"Há tanta documentação que não há forma de os norte-americanos e os europeus escaparem da realidade de que este é um regime genocida e criminoso de cima a baixo. Ainda assim, eles comportam-se como se este fosse um país normal, como se este fosse um país que está exercendo o seu direito e que pode estar cometendo erros."
Marandi reconheceu a improbabilidade de Washington não ter aviso prévio sobre o ataque, no entanto, o analista sublinhou que, caso o governo Biden não tenha sido avisado, isso mostraria a falta de respeito de Israel pelos EUA.
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"Se os norte-americanos não sabiam, isso apenas mostra que os israelenses não têm respeito pelos Estados Unidos, não se importam com quais são as implicações para os Estados Unidos nesta região e globalmente, porque não há dúvida de que os iranianos vão responder. Este não é um ataque comum", afirmou.
Ao contrário dos EUA e dos europeus, que permitem que Israel "saia impune de qualquer coisa", este ataque é uma linha vermelha "que os iranianos não podem ignorar".
"O Irã vai reagir com força. E se os EUA não sabiam, isso significa que os israelenses estão colocando os americanos em risco de uma situação muito complicada, mas eles não se importam", acrescentou.
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Possivelmente Tel Aviv está consciente de que este ataque pode trazer consequências graves para Israel.
Nesta quinta-feira (4), os militares israelenses suspenderam a licença para todas as unidades de combate em meio a preocupações de uma possível escalada de violência depois que o assassinato de generais iranianos em Damasco gerou ameaças de retaliação, relatou a Reuters.
O ex-chefe da inteligência de Israel, Amos Yadlin, disse que o Irã pode escolher esta sexta-feira (5) – a última do mês sagrado muçulmano do Ramadã e do Dia do Quds (Jerusalém) iraniano – para responder ao ataque em Damasco, seja diretamente ou por procuração.
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