"Esse cenário de vulnerabilidade aumenta exponencialmente o risco de adoecimento das crianças que vivem na região e, potencialmente, pode favorecer o surgimento de manifestações clínicas mais severas relacionadas à exposição crônica ao mercúrio, principalmente nos menores de 5 anos", explicou o coordenador do estudo, Paulo Basta, médico e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), da Fiocruz, na nota de divulgação da pesquisa.
Peixes contaminados
"O garimpo é o maior mal que temos hoje na Terra Yanomami. É necessária e urgente a desintrusão, a saída desses invasores. Se o garimpo permanece, permanece também a contaminação, a devastação, doenças como malária e desnutrição, e isso é o resultado desta pesquisa, é a prova concreta", enfatiza o vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY), Dário Vitório Kopenawa.
"Não é a primeira vez que a Fiocruz faz uma pesquisa na Terra Yanomami e comprova que os nossos parentes estão contaminados pelo mercúrio. Isso é muito grave. Nossa crianças estão nascendo doentes. As mulheres estão doentes, os nossos velhos estão doentes. O nosso povo está morrendo por causa do garimpo", alertou Kopenawa.