O jornalista e comentarista político norte-americano Tucker Carlson disse que o presidente ucraniano Vladimir Zelensky rejeitou vários convites para uma entrevista. Carlson já havia gravado uma longa entrevista com o presidente russo Vladimir Putin, na qual discutiram o conflito com a Ucrânia e o impasse de Moscou com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O jornalista revelou suas tentativas de contato com Zelensky em um vídeo no X (anteriormente Twitter) na quarta-feira (3). Em um monólogo antes da sua entrevista com a congressista Marjorie Taylor Greene, Carlson disse que convidou o presidente da Câmara, Mike Johnson, para explicar por que quer que o Congresso "financie uma guerra condenada".
"É claro que ele não respondeu", disse o jornalista. "Também enviamos vários pedidos ao próprio Zelensky para uma entrevista para explicar a sua posição. Claro, ele ignorou isso também."
O comentarista conservador argumentou ainda que, por mais dinheiro estrangeiro que Kiev receba, não poderá derrotar Moscou no campo de batalha, dada a maior população e capacidade industrial da Rússia.
"Não está funcionando. Dois anos depois, a guerra ainda continua", disse Carlson. "A Ucrânia não pode vencer. Todo mundo sabe disso em todo o mundo. As pessoas são muito claras sobre isso. Não há uma única pessoa informada fora dos Estados Unidos que pense que de alguma forma a Ucrânia vai derrotar a Rússia."
Crítico veemente de Zelensky, Carlson acusou as organizações de notícias dos EUA de não serem verdadeiras sobre as origens e a natureza do conflito. Ele observou que o preconceito da mídia foi uma das razões pelas quais ele quis se reunir com Putin em primeiro lugar.
Na entrevista com Carlson em Moscou, em fevereiro, Putin refletiu sobre os séculos de história partilhada entre a Rússia e a Ucrânia e sublinhou que não tem intenção de atacar a OTAN, a menos que a Rússia seja atacada primeiro. Zelensky considerou a entrevista "mais de duas horas de conversa fiada".
A liderança ucraniana tem tentado cada vez mais pressionar os países ocidentais a fornecerem mais ajuda militar, em um esforço para inverter a maré após uma série de perdas no campo de batalha. Kiev tem sido frustrada pelos republicanos da Câmara dos EUA que se recusam a apoiar o pacote de ajuda de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 307,5 bilhões) do presidente Joe Biden, que está preso no Congresso há vários meses.