O presidente Recep Tayyip Erdogan assinou um decreto que suspende as obrigações de Ancara ao abrigo do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE, na sigla em inglês) a partir de 8 de abril, relata a Bloomberg.
A medida alinha a Turquia com medidas semelhantes tomadas pelos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha em resposta à retirada da Rússia em novembro de 2023 do tratado que foi originalmente concluído após a Guerra Fria.
Em junho passado, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que a discussão sobre o controle de armas convencionais só seria possível depois que o Ocidente abandonasse sua política antirrussa, mas que tal cenário era, naquela época, "atualmente irrealista", como acontece até agora.
Na época, Washington afirmou que a sua decisão reforçaria a dissuasão e a capacidade de defesa da aliança, eliminando as restrições que afetam o planejamento militar.
A mídia analisa que a decisão turca indica a melhoria dos laços com os EUA antes de uma reunião que acontecerá entre Erdogan e Joe Biden em Washington no dia 9 de maio.
Os dois países mantiveram diálogos recentes para melhorar os laços de segurança e energia e aumentar as compras de explosivos turcos para os norte-americanos enviarem para Ucrânia.
A Turquia tem procurado manter laços com ambos os lados, mas cumpre cada vez mais as sanções contra Moscou, escreve a mídia, acrescentando que Ancara caminha na corda bamba entre EUA e Rússia em um quebra-cabeça diplomático.
Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa
De acordo com o FACE, ambos os blocos - OTAN e Pacto de Varsóvia - eram autorizados de possuir quantidades iguais de armas convencionais e equipamento militar, como tanques, veículos de combate blindados, unidades de artilharia, aviões de combate e helicópteros de ataque.
Foram também estabelecidos limites à presença de Forças Armadas na área abrangida pelo tratado, que se estendia do oceano Atlântico aos montes Urais, rio Ural e mar Cáspio.
Após a dissolução da União Soviética, quando no seu território se formaram vários países independentes, foram elaborados vários acordos adicionais para dar continuidade ao tratado (Acordo Adaptado), mas muitos países se recusaram a ratificá-lo.
Já os países bálticos, a Letônia, Lituânia e Estônia, se recusaram até a aderir ao próprio tratado.