De acordo com a Folha de S.Paulo, o embaixador russo Alexey Labetskiy confirmou que Lula e Putin vão se encontrar ainda este ano, uma vez que a Rússia ocupa a presidência rotativa do BRICS e o presidente brasileiro já confirmou presença na cúpula de outubro, na cidade russa de Kazan.
Embora o diplomata não tenha garantido uma possível viagem de Putin ao Brasil, ele lembrou que a polêmica por trás do pedido de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Putin, é uma questão que será resolvida pelo lado brasileiro, já que o Brasil é signatário.
"Nós não reconhecemos o Tribunal [Penal Internacional], assim como os americanos não o reconhecem. É [um tribunal] politizado. Para nós, é zero", afirmou o diplomata.
O diplomata afirmou que a Rússia recebeu o convite brasileiro para a cúpula do G20 em novembro, no Rio de Janeiro, e comentou, no entanto, que a simples especulação sobre a possível vinda do líder russo ao Brasil e sua eventual prisão ou não parece ser resultado da intenção de alguém que deseja "criar probleminhas, e está criando".
Para ele, a reeleição do presidente russo para seu quinto mandato, em março, por exemplo, foi uma demonstração clara de que o povo de seu país não vai "aceitar tentativas de imposição de algo alheio à nossa vontade" e que "tentar explicar a história" pela visão de "Paris, Londres, Nova York ou Berlim" só gera incompreensões.
Segundo Labetskiy, nenhum país que integra o BRICS aplicou sanções contra a Rússia, por exemplo, o que explica o potencial diferenciado do bloco para analisar questões geopolíticas.
"O BRICS reúne [...] países que têm não apenas peso econômico e político, mas também uma identidade civilizacional muito diferente da do Ocidente. [...] Esta é a força maior e criativa do BRICS", apontou o embaixador.