A mídia ocidental foi instruída a manter silêncio sobre o número de vítimas do ataque terrorista no Crocus City Hall, comunicou nesta segunda-feira (8) o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
"Particularmente cínicas são as tentativas do Ocidente de distrair a comunidade internacional dos verdadeiros organizadores e beneficiários, por meio da instrução categórica para não cobrir a verdadeira escala da tragédia na mídia: não mencionar o número de vítimas do ataque terrorista, de crianças mortas, nem mostrar a reação dos cidadãos comuns ao que aconteceu", indica o ministério em seu canal no Telegram.
A chancelaria explicou o fato pelo desejo de não demonstrar simpatia e humanismo em relação aos russos.
O ministério acrescentou que, imediatamente após o ataque, a mídia e as autoridades ocidentais organizaram uma campanha de relações públicas para negar o envolvimento dos serviços de segurança ucranianos.
Assim, a mídia foi instruída a replicar a versão de que o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) esteve envolvido na organização do ataque; foi orientada a negar os vínculos dos islamistas com Kiev e com os serviços secretos ocidentais, bem como a desacreditar os resultados da investigação e a promover a teoria de que "os serviços secretos russos estiveram envolvidos".
Em 22 de março, vários homens armados invadiram a sala de concertos Crocus City Hall e começaram a atirar nas pessoas. Os terroristas também provocaram um incêndio no local. O ataque deixou 144 mortos, segundo os últimos dados do Ministério para Situações de Emergência.
Os quatro principais suspeitos do caso — todos cidadãos do Tajiquistão — tentaram fugir do local de carro, mas foram detidos já perto da fronteira russa e acusados de terrorismo.
As autoridades russas acreditam que o plano dos suspeitos era fugir para a Ucrânia, onde os organizadores do ataque tinham um refúgio seguro para eles. Uma investigação sobre o caso está em andamento.