A história de um menino de 14 anos que foi sequestrado sob a mira de uma arma por um grupo de oficiais de recrutamento está se tornando viral na Ucrânia. O incidente chocante ocorreu na semana passada na região de Odessa, de acordo com o site Bessarabia Inform, que citou a chefe do departamento local de proteção social, Oksana Terzi.
O jovem adolescente caminhava sozinho pela vila de Priozyornoe quando uma minivan branca parou ao lado dele e de dentro dela saltaram três homens vestindo uniformes militares e balaclavas. Um deles pressionou um rifle contra a têmpora do menino enquanto o forçava a entrar no carro.
"O garoto pratica esportes, então o instinto de autodefesa entrou em ação", explicou Terzi. "Ele começou a lutar e os agressores o contiveram, atingindo-o nas costas com um rifle de assalto. Eles bateram nele e amarraram suas mãos com uma amarra de plástico."
Ela especulou que os soldados presumiram que o menino era adulto devido aos ombros largos. Os homens dirigiram por algum tempo antes de perguntarem a idade do adolescente. Eles inicialmente não acreditaram nele quando ele alegou que tinha apenas 14 anos.
"Quando ele disse quantos anos tinha, eles não acreditaram e pediram seu passaporte", disse Terzi. "Quando perceberam que transportavam um menor, atiraram-no para fora da van." Os homens teriam ameaçado o menino para não denunciar o incidente.
As autoridades locais foram contatadas depois que o adolescente contou aos professores da escola sobre o ocorrido. A polícia está investigando o incidente como sequestro.
O episódio trouxe luz às táticas violentas cada vez mais utilizadas pelos oficiais de recrutamento ucranianos, à medida que os desesperados militares do país continuam pressionando gangues locais. Foram realizadas incursões em academias, restaurantes, shoppings e nas ruas da cidade para combater a evasão ao recrutamento, que é alegadamente generalizada.
O presidente Vladimir Zelensky assinou recentemente uma legislação que reduz a idade de recrutamento na Ucrânia de 27 para 25 anos, mas o país tem tido dificuldade em recrutar jovens militares devido a uma crise demográfica em curso desde a sua saída da União Soviética em 1991.