Panorama internacional

Turquia aplica 1ª vasta restrição comercial contra Israel por Gaza; Berlim nega 'ajudar genocídio'

A Turquia restringiu as exportações de uma ampla gama de produtos para Israel, sendo essa a primeira medida significativa de Ancara contra Tel Aviv após seis meses de guerra. Em Haia, Berlim disse que as acusações da Nicarágua sobre envio de armas alemão "são apressadas".
Sputnik
Nesta terça-feira (9), o Ministério do Comércio turco disse que a decisão será aplicada à exportação de produtos de 54 categorias diferentes, incluindo ferro, mármore, aço, cimento, alumínio, tijolo, fertilizantes, equipamentos e produtos de construção, combustível de aviação e muito mais.
Desde o começo do conflito, Ancara pede cessar-fogo e condenou Israel fortemente em diversos momentos por sua campanha no enclave, mas não definiu qualquer tipo de bloqueio econômico.
No entanto, uma recente rejeição de Tel Aviv a um pedido turco para participar de lançamentos aéreos de ajuda na Faixa de Gaza levou o governo do presidente Erdogan a aplicar as restrições, de acordo com a Reuters.
"Esta decisão permanecerá em vigor até que Israel, sob as suas obrigações emanadas do direito internacional, declare urgentemente um cessar-fogo em Gaza e permita o fluxo desimpedido de ajuda humanitária suficiente para a Faixa de Gaza", afirmou o ministério, citado pela mídia.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Israel disse que a Turquia havia "violado unilateralmente" os acordos comerciais com Israel.
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O chanceler Israel Katz disse que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan "está novamente sacrificando os interesses econômicos do povo da Turquia para apoiar o Hamas, e responderemos na mesma moeda".
Pouco depois do início da guerra Israel-Hamas, Turquia e Israel retiraram os seus embaixadores enquanto trocavam farpas regularmente. A medida de terça-feira (9) é a primeira significativa tomada por Ancara contra Tel Aviv desde o início do conflito.
Nas últimas semanas, Erdogan tem enfrentado críticas crescentes sobre a continuação dos laços comerciais do seu governo com Israel, provocando alguns protestos antigovernamentais e prejudicando o apoio popular. No sábado (6), a polícia de Istambul deteve dezenas de manifestantes que exigiam o fim do comércio com Israel, relata a Reuters.
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Alemanha cita 'Holocausto' ao se defender em Haia

Também nesta terça-feira (9), a Alemanha negou que esteja ajudando o genocídio em Gaza ao vender armas a Israel em uma ação judicial levada a cabo pela Nicarágua na Corte Internacional de Justiça (CIJ).
A consultora jurídica do Ministério das Relações Exteriores alemão, Tania von Uslar-Gleichen, disse aos juízes em Haia que a Nicarágua foi apressada, com base em provas frágeis e deveria ser rejeitada por falta de jurisdição.
Berlim tem sido um dos aliados mais leais de Israel desde os ataques de 7 de outubro do Hamas e a ofensiva retaliatória. O Estado alemão é um dos seus maiores fornecedores de armas, enviando € 326,5 milhões (R$ 1,7 bilhão) em equipamento militar e armas em 2023, segundo dados do Ministério da Economia.

Von Uslar-Gleichen também disse que a segurança de Israel era uma prioridade para a Alemanha por causa da história da dizimação dos judeus pelos nazistas no Holocausto, afirma a mídia.

Na segunda-feira (8), os advogados da Nicarágua pediram à CIJ que ordenasse à Alemanha que suspendesse as vendas de armas a Israel e retomasse o financiamento da agência da ONU para os refugiados palestinianos, a UNRWA.
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O movimento da Nicarágua se alinha com o da África do Sul, refletindo a crescente ação mundial legal em apoio aos palestinos.
Desde o começo do conflito, mais de 33 mil palestinos foram mortos, incluindo 13.800 crianças, segundo disse o Ministério da Saúde de Gaza na segunda-feira (8). Do lado israelense, foram cerca de 1.350 mortos e 250 sequestrados.
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