De acordo com o jornal Defense One, dentro de semanas, a artilharia do Exército russo pode superar a ucraniana em uma proporção de dez para um. "Se um lado pode atirar e o outro lado não pode atirar de volta, o lado que não pode atirar perde", declarou o militar. O objetivo da audiência foi discutir o financiamento norte-americano adicional ao país, algo que enfrenta a resistência dos republicanos, com maioria na Câmara.
Além disso, o general enfatizou que o estoque de projéteis de artilharia da Ucrânia se reduziu drasticamente desde que o Congresso aprovou a última ajuda ao governo do presidente Vladimir Zelensky. "Eles têm racionado os projéteis. Agora estão sendo superados pelo lado russo, que dispara cinco vezes mais projéteis de artilharia", enfatizou. E nesse ritmo de racionamento de projéteis, "isso chegará a dez para um em questão de semanas. Não estamos falando de meses".
A audiência também teve a participação da secretária assistente de Defesa para Assuntos de Segurança Internacional, Celeste Wallander, que ressaltou os problemas enfrentados pela Ucrânia no campo de batalha. Porém, as duas autoridades norte-americanas não comentaram as denúncias de corrupção contra Kiev em relação à ajuda internacional e nem os vultuosos gastos norte-americanos desde o início das hostilidades, além do cansaço da opinião pública com o conflito.
Impasse na Câmara
O Senado norte-americano aprovou um projeto de lei de US$ 95 bilhões (R$ 481 bilhões) em fevereiro para assistência à Ucrânia, Israel e Taiwan, após meses de atraso. Contudo, o plano está parado, uma vez que, sem ser aprovado pela Câmara, não pode ser assinado pelo presidente.
Nesta semana, a administração Biden rejeitou um acordo com o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, que relaciona a ajuda à Ucrânia ao cancelamento da pausa para novas licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL) aprovada pelo presidente em janeiro.
Nas últimas semanas, Johnson manifestou interesse em vincular a ajuda à Ucrânia e a Israel com uma reversão da pausa, e comentou a questão com o presidente Joe Biden em uma reunião individual no final do mês passado, de acordo com uma fonte ouvida pela Bloomberg.
No entanto, a Casa Branca disse que "o presidente deixou claro que os republicanos da Câmara deveriam aprovar o acordo bipartidário de segurança nacional que já foi aprovado no Senado o mais rápido possível para obter a ajuda de que a Ucrânia necessita urgentemente […]".