De acordo com três fontes ouvidas pela Axios nos últimos dias, os iranianos disseram a vários governos árabes que veem os EUA como responsáveis pelo ataque israelense que matou sete pessoas, incluindo dois membros do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), em Damasco, na Síria, na madrugada do dia 5 para 6 de abril.
A mensagem de Teerã era que se os EUA se envolvessem após uma retaliação, as bases estadunidenses na região seriam atacadas, independentemente dos esforços de Washington para se distanciar do conflito através de declarações de diversas autoridades estadunidenses.
"A mensagem iraniana era que 'atacaríamos as forças que nos atacam, por isso não brinquem conosco e não mexeremos com vocês'", disse uma autoridade norte-americana.
O aviso é parecido com um divulgado pelo próprio governo iraniano na semana passada, no qual Mohammad Jamshidi, vice-chefe de gabinete do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse no X (antigo Twitter) que "os EUA deveriam se afastar para não serem atingidos".
Segundo Jamshidi, Washington "pediu ao Irã que não atingisse alvos norte-americanos".
Também nesta sexta-feira (12), um oficial de defesa dos EUA disse à Sputnik que os militares norte-americanos transferiram recursos adicionais para o Oriente Médio, a fim de reforçar a dissuasão e a proteção da força antes de um ataque retaliatório iraniano contra Israel.
"Estamos transferindo recursos adicionais para a região para aumentar os esforços regionais de dissuasão e a proteção das forças dos EUA. Não temos outras informações a acrescentar neste momento", disse o funcionário quando questionado sobre relatos de que o porta-aviões USS Dwight Eisenhower está navegando para o norte através do mar Vermelho em uma demonstração de dissuasão.
A amizade "sem linhas vermelhas" para qualquer ação israelense faz com que os EUA se tornem alvo de uma possível retaliação iraniana tanto pelo conflito na Faixa de Gaza quanto pelos recentes ataques em Damasco, e os norte-americanos sabem disso.
Ontem (11), tanto a Casa Branca quanto o Departamento de Estado voltaram a declarar que os Estados Unidos não sabiam do ataque israelense na Síria. O Departamento de Estado, por meio de ligações do secretário Antony Blinken, pediu intervenção à Turquia, China e Arábia Saudita na comunicação com o Irã ao solicitar a "dissuasão" do lado iraniano.