Panorama internacional

Assessor de Khamenei: Irã faz 'guerra psicológica' com Israel e Tel Aviv aguarda ataques em 'pânico'

Segundo Yahya Rahim Safavi, Israel e seus aliados estão aterrorizados, pois não sabem o que Teerã pretende fazer em resposta ao ataque contra o consulado do Irã em Damasco.
Sputnik
O governo de Israel está em "pânico total" e cada vez mais exausto de esperar pela resposta de Teerã ao ataque israelense contra o consulado do Irã em Damasco, na Síria, anexo ao prédio da Embaixada iraniana, que causou a morte de sete oficiais seniores do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), incluindo dois generais, no dia 1º de abril.
A afirmação foi feita neste sábado (13), pelo comandante sênior da IRGC, Yahya Rahim Safavi, que atua como assessor do líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei. Até o momento, a resposta do Irã ao ataque se limitou à apreensão de um navio israelense no Golfo Pérsico pertencente a um bilionário israelense.
"Já faz uma semana que os sionistas estão em pânico total e em alerta. Eles não sabem o que o Irã pretende fazer, por isso eles e seus aliados estão aterrorizados", disse Safavi, durante um ato em homenagem ao comandante da Força Quds, Mohammad Reza Zahedi, que foi morto no ataque ao consulado.
"Essa guerra psicológica, midiática e política é mais aterrorizante para eles do que a guerra em si, porque esperam por um ataque todas as noites e muitos deles fugiram e foram para abrigos", acrescentou o comandante.
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Safavi afirmou ainda que o ato de agressão israelense foi o primeiro do gênero na guerra paralela travada há décadas entre Israel e Irã e intensificou as divisões entre a elite política e militar israelense, "pois todos eles sabem que o consulado é o território de um país".
Na quarta-feira (10), o aiatolá Khamenei alertou que Israel deve e será punido pelo erro de atacar o consulado iraniano na Síria.

"Quando atacam o nosso consulado, significa que atacaram o nosso solo", disse o líder supremo.

Khamenei não detalhou a natureza da punição que Teerã planeja aplicar, o que levou Israel a aumentar o estado de alerta de seus militares, cancelando licenças de tropas e fechando pelo menos 28 embaixadas e consulados ao redor do mundo.
Em paralelo, os EUA enviaram recursos adicionais para o Oriente Médio no intuito de implantar defesas adicionais próximo de Israel, protegendo o aliado de um possível ataque de retaliação do Irã.
Teerã, por sua vez, alertou a Washington para se manter afastado, afirmando que as forças dos EUA podem acabar na mira do Irã em caso de agressão.
Autoridades norte-americanas esperam que a retaliação iraniana venha na forma de ataques de mísseis e drones em grande escala contra Israel, mas alguns observadores cogitam que Teerã pode aderir a uma estratégia assimétrica – com a apreensão do navio de propriedade do bilionário israelense servindo de resposta indireta.
Neste sábado, Tel Aviv acusou o Irã de praticar pirataria com a apreensão do navio, e afirmou que Teerã enfrentaria "consequências por escolher agravar ainda mais a situação", sem detalhar quais ações pretende tomar.
A apreensão de navios no Estreito de Ormuz é o segundo golpe marítimo que Israel e seus aliados dos EUA enfrentaram nos últimos seis meses, com a milícia houthi do Iêmen fechando efetivamente o mar Vermelho para o transporte comercial israelense, americano e britânico em novembro, abordando e detendo alguns navios e alvejando outros com mísseis e drones.
Uma campanha de ataques aéreos e de mísseis lançada pelos EUA e pelo Reino Unido em janeiro não conseguiu neutralizar as milícias houthis nem cessar seus ataques.
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