Segundo informações trazidas pelo The Guardian, foram recusados vistos a cerca de 150 pessoas porque "não demonstraram uma intenção genuína de permanecer temporariamente na Austrália", enquanto outras dez que se candidataram foram rejeitadas por outras razões.
Em março, o Guardian Australia noticiou a situação dos palestinos, pelo menos 70 pessoas, que foram para a Austrália com vistos de turista e que tiveram os vistos cancelados no meio dos voos ou em aeroportos. Quase 2,3 mil vistos temporários – que permitem às pessoas viajar para a Austrália, mas não permitem que elas trabalhem, tenham acesso a cuidados de saúde ou educação – foram concedidos pelas embaixadas a palestinos com ligações australianas entre 7 de outubro e 6 de fevereiro.
No entanto, apenas 330 pessoas chegaram à Austrália durante esse período. Rasha Abbas, cofundadora da Palestine Australia Relief and Action Foundation, disse que muitos dos palestinos rejeitados foram "encorajados" pelo governo australiano a usar a cláusula de visto de turista.
"Estamos realmente perplexos com o que mudou", disse Abbas. Grupos palestinos e defensores dos refugiados disseram mais tarde que ficaram "aliviados" quando o governo federal finalmente reverteu o cancelamento de vistos para aqueles que fugiam de Gaza.
O presidente da Australia Palestine Advocacy Network, Nasser Mashni, disse que é inacreditável que o governo australiano esteja rejeitando alguns pedidos de visto "ao mesmo tempo que acredita que as pessoas não deixarão a Austrália por causa do quão opressivo e perigoso o governo israelense tornou a vida dos palestinos", de acordo com a reportagem.
"Os ucranianos foram instruídos a solicitar esses mesmos vistos em 2022 e não houve relatos de vistos rejeitados por esses motivos", acrescentou. "O governo deve tratar os palestinos com a humanidade e a compaixão que tão justamente oferece aos ucranianos".
Tal como os EUA, o governo australiano insistiu que Israel tem o direito de se defender contra o Hamas após o ataque de 7 de outubro, mas também instou Israel a mostrar moderação. A população australiana também está dividida quanto ao conflito, com 19% dos maiores de 18 anos acreditando que o seu governo "deveria fazer mais para apoiar a Palestina" e 17% afirmando que o governo "deveria fazer mais para apoiar Israel".