Conforme informação publicada nesta terça-feira (16) pela Bloomberg, a planta da empresa LanzaJet, na Geórgia, Estados Unidos, que atua no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação, deve operar principalmente com etanol de cana de açúcar importado do Brasil quando iniciar sua produção comercial, apesar de poder processar etanol de milho cultivado nos Estados Unidos.
A vantagem para os agricultores brasileiros é que as maiores fábricas do país já obtiveram a certificação para produzir matéria-prima de combustível de aviação sustentável que atende às normas oficiais internacionais e nacionais.
Uma das primeiras fábricas beneficiadas é a São Martinho, que já recebeu as certificações necessárias e começou a produzir etanol de cana de açúcar de acordo com a norma SAF para exportação.
"Chegou a hora de recebermos o devido reconhecimento pelo nosso trabalho", disse em entrevista à Bloomberg o diretor-geral, Fabio Venturelli.
Venturelli adiantou que espera que a companhia produza entre 13 e 15 milhões de litros de etanol para combustível verde de aeronaves nesta temporada.
Para serem aceitos pelas autoridades norte-americanas, os produtores brasileiros devem garantir que o etanol tenha sido fabricado com baixas emissões de carbono, e não contribuído para o desmatamento.
Altos níveis de carbono
Conforme a publicação, o etanol produzido nos Estados Unidos não pode ser usado na nova planta, que conta com o apoio do Departamento de Energia do país, devido aos altos níveis de carbono emitidos na produção, o que impede o atendimento às normas básicas.
A Bloomberg explica que a indústria norte-americana do etanol busca nivelar o campo de jogo com os brasileiros, apoiando projetos massivos de captura e armazenamento de carbono para produzir etanol com uma pontuação de carbono baixa o suficiente para participar do projeto.