De acordo com o Financial Times (FT), a União Europeia (UE) está elaborando sanções alargadas ao programa de mísseis e drones do Irã em resposta ao ataque da República Islâmica a Israel, mas o Reino Unido e os governos europeus estão resistindo à pressão para designar a elite do IRGC como uma organização terrorista.
Segundo fontes do FT, a maioria dos membros apoia as novas sanções que teriam como alvo as redes de influência iranianas, mas alguns deles temem que a ação possa escalar a tensão na crise no Oriente Médio.
"Há um entendimento de que teremos de alargar o âmbito das sanções contra o Irã [ao] visar o seu programa de drones [...][e] visando outros fora do Irã", disse um funcionário da UE que argumentou que "aqueles que ainda são contra temem que isso possa desestabilizar a relação com o Irã e nos privar de influência sobre Teerã".
Os governos ocidentais têm trabalhado em uma resposta coordenada ao ataque de mísseis e drones do Irã no fim de semana (13) contra Israel e devem discutir as suas opções na reunião de ministros das Relações Exteriores do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) desta semana, na Itália.
Segundo a apuração, a resposta mais severa possível, seria nomear o IRGC — o braço mais poderoso das Forças Armadas do Irã — como organização terrorista.
Os Países Baixos, a Suécia e a República Tcheca apelaram para que as sanções visassem diretamente o IRGC, contaram fontes ao FT, mas isso foi rejeitado por vários países, incluindo a Alemanha e a França. Na argumentação alemã, as condições legais para colocar os militares iranianos na lista de terroristas da UE precisariam ser cumpridas, o que pressupõe que eles deveriam ter realizado um ataque terrorista contra o bloco europeu, o que não ocorreu.
Os ministros das Relações Exteriores da UE vão se reunir virtualmente ainda nesta terça-feira (16) para discutir a resposta do bloco à crise e cabe ressaltar que as sanções da UE exigem que todos os 27 Estados-membros concordem para que alguma medida entre em vigor. É provável que as conversações sobre o caso continuem na reunião de líderes do bloco na quarta-feira (17).