Por sua vez, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante intervenção na reunião, expressou seu descontentamento com o ocorrido — a operação policial equatoriana na embaixada mexicana em Quito, no último dia 5 — afirmando que "o que aconteceu em Quito é simplesmente inaceitável e não afeta só o México. Diz respeito a todos nós".
"Queremos que a Corte Internacional de Justiça [CIJ] atue, e está muito claro o que propomos: primeiro, uma separação do Estado do Equador das Nações Unidas, desde que se pronuncie oferecendo um compromisso de não repetição — a aceitação disso violou a nossa soberania", declarou o presidente mexicano.
Obrador exigiu um pedido público de desculpas — que já foi negado pelo Equador — e uma promessa de não repetição por parte do governo equatoriano, além de estabelecer um procedimento para casos semelhantes no futuro.
"É hora de qualquer Estado que violar a soberania de uma embaixada de outro país e violar o direito de asilo, o direito internacional, ser expulso da ONU", enfatizou.
A incursão da polícia equatoriana na embaixada mexicana em Quito visava prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que buscava asilo.
O governo equatoriano argumenta que Glas foi condenado por crimes comuns de corrupção e não poderia ser considerado perseguido politicamente.
Lula enfatizou a importância do respeito à inviolabilidade das missões diplomáticas e destacou a tradição humanitária da América Latina em defesa do direito de asilo diplomático.
Ele propôs a formação de uma comissão integrada por países da CELAC para acompanhar a situação e a saúde de Jorge Glas, além de buscar formas de reconstruir a confiança e o diálogo na região.
O recurso do México à CIJ e a continuidade do diálogo foram ressaltados como fundamentais para a normalização das relações entre Equador e México, destacando a importância desses países como parceiros regionais.
Posteriormente, a CELAC condenou o ataque à embaixada e pediu salvo-conduto a Jorge Glas. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também solicitou o restabelecimento do direito de asilo ao ex-vice-presidente.