O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, e a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, abordaram a UE, a aliança militar e países terceiros com uma nova iniciativa para Ucrânia que também será discutida em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G7.
No entanto, detalhes não foram divulgados, relata a Reuters.
"Nós e os nossos parceiros em todo o mundo devemos agora ser igualmente resolutos na nossa defesa contra o terror aéreo russo. Defesas aéreas mais fortes são uma questão de vida ou morte […]", disse Baerbock antes da reunião ministerial do G7 na ilha italiana de Capri.
Seguindo a mesma linha de pensamento, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte disse que "[...] são necessárias mais defesas aéreas, e rapidamente. Vamos considerar, nós três, como podemos apoiar essa iniciativa alemã", após se reunir com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, e os seus homólogos dinamarquês e tcheco, em Bruxelas.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, sugeriu que os países europeus deveriam considerar "enviar alguns dos nossos próprios sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, em um momento em que eles, e não nós, lutam diariamente para combater o interminável ataque russo".
Anteriormente, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, comentou a eficácia com que Israel e os seus aliados repeliram uma barragem de drones e mísseis iranianos em um ataque no fim de semana passado.
"Os céus europeus poderiam ter recebido o mesmo nível de proteção há muito tempo se a Ucrânia tivesse recebido apoio total semelhante dos seus parceiros na intercepção de drones e mísseis", disse ele.
Sobre a comparação entre Israel e Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, excluiu, na última segunda-feira (15), a possibilidade de a OTAN fornecer a Kiev uma ajuda parecida àquela dada a Tel Aviv.
"Nunca ajudaremos a Ucrânia a derrubar drones, como fizemos com o Irã em Israel, por causa do risco de uma escalada e de uma guerra generalizada na Europa. O que a OTAN deve sempre evitar é o envolvimento com os russos", disse o também ex-premiê britânico (2010–2016).
Moscou já enviou uma nota aos países da OTAN na qual o Ministério das Relações Exteriores russo advertiu que qualquer carregamento incluindo armas destinadas a Kiev se tornará alvo legítimo para as Forças Armadas russas.
A Ucrânia vem enfrentando, há tempos, grande escassez de armas, equipamentos e soldados, em meio a uma crescente insatisfação, na Europa e nos Estados Unidos, com os gastos bilionários de Washington e Bruxelas com Kiev, o que tem dificultado a ampliação da ajuda ocidental.
A Rússia já manifestou diversas vezes que segue aberta a um possível retorno à mesa de negociações a fim de econtrar uma solução política para o atual conflito, desde que suas preocupações e o atual estado das coisas sejam considerados. O governo ucraniano, no entanto, segue descartando a possibilidade de negociações de paz neste momento, ao mesmo tempo em que tenta impor exigências irreais para considerá-las futuramente.