"Após os acontecimentos de 6 de janeiro, recebemos uma carta, creio eu, de um congressista do lado democrata, e eles nos pediram para compartilhar todas as informações que tínhamos em relação ao que eles descreveram como um levante", disse Durov em entrevista ao jornalista norte-americano que foi ao ar na última terça-feira (16).
Durov informou que os advogados do Telegram recomendaram que a empresa ignorasse o pedido, apesar da carta parecer séria.
No entanto, os legisladores republicanos enviaram posteriormente uma carta alertando o Telegram para não fornecer as informações solicitadas pelos democratas, disse ele.
No final, disse o fundador, o Telegram optou por ignorar ambas as cartas, como costuma fazer com a maioria dos pedidos deste tipo, já que a empresa não quer se envolver na política interna dos Estados Unidos.
Durov observou que agentes federais dos EUA costumavam contatá-lo regularmente quando ele viajava para os Estados Unidos, onde o Telegram já esteve, e até tentaram recrutar um dos engenheiros da empresa para colocar backdoors — um escape de segurança — no aplicativo de mensagens.
A decisão do Telegram de se mudar de São Francisco foi influenciada pela atenção que recebeu do governo dos Estados Unidos, bem como por um incidente em que Durov foi atacado na rua, segundo ele.
Desde então, o Telegram mudou a sua sede para os Emirados Árabes Unidos, onde afirmou que o ambiente de negócios era positivo para a empresa.