Panorama internacional

Por que as novas sanções anti-Irã dos EUA 'não farão nada' contra o país?

Medidas restritivas adicionais contra o Irã dificilmente vão mudar alguma coisa nas relações de Teerã com os países ocidentais porque o fosso entre o Irã e o Ocidente "não pode crescer muito mais do que onde está", disse o analista político Hossein Askari à Sputnik.
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Os EUA vão impor novas sanções ao programa de mísseis e drones do Irã nos próximos dias, anunciou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
As sanções também vão ter como alvo o Ministério da Defesa do Irã e o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) do país, disse Sullivan, acrescentando que as medidas restritivas estão sendo impostas à luz do ataque de drones e mísseis do Irã a Israel no final da semana passada (13).
Introduzir sanções adicionais contra o Irã não faz sentido porque a República Islâmica "está tão sancionada" que mais medidas deste tipo não farão "quase nada", disse o professor Hossein Askari, analista político e professor iraniano emérito de negócios internacionais e assuntos internacionais na Escola de Negócios da Universidade George Washington, à Sputnik.
"Cabe mais aos políticos mostrarem que estão fazendo alguma coisa do que admitir que o isolamento do Irã foi um desastre", disse Askari, acrescentando que as autoridades iranianas "perceberam que vivem em um mundo onde têm de ser militarmente fortes e independentes". Questionado sobre como as novas sanções vão afetar as relações do Irã com os países ocidentais, o especialista observou que o Irã "descartou o Ocidente pelo menos durante a próxima década".
Teerã não confia no Ocidente "e o fosso entre o Irã e o Ocidente não pode crescer muito mais do que onde está", disse o analista, apontando para "o preconceito dos EUA e da Europa na defesa dos crimes de Israel contra os palestinos, ao mesmo tempo que ataca tudo o que o Irã faz".
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"A imprensa ocidental esqueceu o ataque israelense ao consulado do Irã que matou 11 pessoas (sic) [segundo informações atualizadas, o número de mortos subiu para 13], mas depois insiste na resposta iraniana que foi orquestrada para alertar Israel e não matar ninguém. O Ocidente está perdendo sua credibilidade a cada dia. A verdade importa", apontou Askari.

Sobre a questão do isolamento de Teerã, ele elogiou a Rússia como "o único amigo poderoso do Irã". De acordo com o analista, "além da Rússia e do [presidente Bashar] al-Assad na Síria, o Irã tem apenas os árabes privados de direitos na região — no Líbano, no Iraque, no Iêmen. Por isso penso que a cooperação em segurança com a Rússia é de suma importância ou com o Irã".
No sábado passado, a República Islâmica conduziu o seu primeiro ataque direto a Israel, que viu uma onda de mais de 300 mísseis e drones disparados do Irã, Iraque, Síria e Iêmen. A maioria deles teria sido derrubada por Israel e seus aliados.
Teerã disse que o ataque foi uma retaliação a um ataque aéreo israelense ao consulado iraniano na Síria em 1º de abril, que matou pelo menos 13 pessoas.
Os EUA têm intensificado constantemente a sua campanha de sanções contra o Irã, visando várias entidades e indivíduos. Isto faz parte de uma estratégia mais ampla para exercer pressão sobre o Irã, afetando diversos setores, incluindo o petroquímico, tecnológico e até áreas relacionadas com o ciberespaço.
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