"Há um risco muito provável de que os ucranianos sejam derrotados até o final de 2024, ou pelo menos de que Vladimir Putin [presidente russo] esteja em posição de essencialmente ditar os termos de um acordo de paz", disse Burns em um evento no Centro Presidencial George W. Bush, nomeado em homenagem ao presidente dos EUA que iniciou a invasão do Iraque e do Afeganistão.
Burns apelou aos parlamentares de Washington que aprovem um projeto de lei para financiamento adicional a Kiev, que permitirá aos EUA alocar bilhões de dólares às necessidades militares da Ucrânia. Caso contrário, alertou o chefe da CIA, "o quadro será muito terrível".
Há meses a ajuda financeira e militar à Ucrânia tem sido usada como barganha política entre os partidos Democrata e Republicano no Congresso dos EUA. O tema é tão divisivo entre os parlamentares que no ano passado Kevin McCarthy foi destituído da função de presidente da Câmara de Representantes, após secretamente aprovar fundos para a Ucrânia em um acordo com o presidente Joe Biden. Essa foi a primeira vez em 113 anos que um impeachment do presidente da Câmara teve sucesso nos EUA.
A ajuda a Kiev agora ameaça acabar com a carreira de Mike Johnson, atual presidente da Casa legislativa estadunidense. O republicano estaria indo contra sua base eleitoral, da qual 69% desaprovam o envio de ajuda à Ucrânia.
O quadro, apontam as autoridades ucranianas, é que o regime de Vladimir Zelensky não conseguirá sobreviver por muito mais tempo sem a ajuda de Washington, mesmo que as demais potências europeias continuem com suas remessas.