A decisão foi tomada no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, solicitada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), autor da ação que questionou o orçamento também conhecido como emendas de relator ao Orçamento da União. O Psol foi convocado a se manifestar no mesmo prazo.
De acordo com o despacho, a Associação Contas Abertas, a Transparência Brasil e a Transparência Internacional, admitidas como interessadas na arguição, informaram ao STF "elementos que configuram descumprimento da decisão".
Entre as ações apresentadas estão o uso indevido das emendas do relator-geral do Orçamento (identificadas com a rubrica RP-9) para efeito de inclusão de novas despesas públicas ou programações no projeto de lei orçamentária anual da União, emendas individuais na modalidade transferência especial, chamadas de "emendas Pix".
O despacho também cita a ausência de publicações das informações relativas à autoria das emendas e à sua aplicação.
O ministro Flávio Dino assumiu a relatoria da ação ao substituir a ministra Rosa Weber, que se aposentou em setembro passado e era a relatora original do processo.
O orçamento secreto consiste no uso ampliado das emendas do relator-geral do orçamento para efeito de inclusão de novas despesas públicas ou programações no projeto de lei orçamentária anual da União.
Em dezembro de 2022, o Plenário da Corte julgou inconstitucional o orçamento secreto por entender que este violava os princípios constitucionais da transparência, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade por serem anônimas, sem identificação do proponente e clareza sobre o destinatário.