Um relatório compilado pelo comitê liderado por Mike Gallagher, encarregado de elaborar estratégias para combater a China, concluiu que US$ 6,5 bilhões (R$ 34 bilhões) foram canalizados no ano passado através de fundos de índice para 63 empresas chinesas incluídas na lista negra ou sinalizadas como preocupantes pelo governo dos Estados Unidos.
"Através dos produtos da nossa própria indústria financeira, as poupanças arduamente conquistadas e o dinheiro da reforma dos americanos estão apoiando a modernização militar de um adversário estrangeiro e o desenvolvimento de ferramentas utilizadas pela China […]", diz o relatório divulgado na quinta-feira (18) e citado pelo jornal Nikkei Asia.
A investigação analisou a indústria financeira em geral, mas teve como alvo particular a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, e a MSCI, o principal fornecedor de índices, relata a mídia.
Gestores de ativos como a BlackRock usam índices de fornecedores como a MSCI para criar carteiras de investimento para fundos de aposentadoria e outras doações institucionais. As empresas e suas subsidiárias e afiliadas que constam nas listas negras do governo norte-americano podem entrar nesses índices, recebendo investimentos dos EUA.
A atividade descrita no relatório não é ilegal, e tanto a MSCI como a BlackRock reconhecem que as empresas na lista negra receberam financiamento através de fundos dos EUA que rastreiam determinados índices.
No entanto, "nenhuma das empresas tomou medidas significativas para mitigar ou reduzir o risco, e ambas sustentam que têm poder discricionário limitado para excluir de forma independente entidades problemáticas específicas", afirma o documento do comitê.
O relatório recomenda que o Congresso aprove legislação para restringir o investimento em empresas e quaisquer afiliadas incluídas na lista negra do governo dos EUA, exija que as empresas públicas estadunidenses divulguem aos investidores os riscos relacionados à China e garanta que as instituições financeiras dos EUA sejam "resilientes" à incerteza do mercado em torno dos investimentos chineses.