De acordo com a Bloomberg, a indisposição entre as duas autoridades aconteceu na quarta-feira (17).
Em uma reunião em Tel Aviv, Netanyahu mostrou à ministra vídeos da Faixa de Gaza onde mercados e praias estão abundantemente abastecidos e palestinos são vistos nadando e tomando banho de sol.
O premiê afirmou que as imagens eram a prova de que não havia nenhuma crise humanitária no enclave, no entanto, Baerbock respondeu dizendo que a situação em Gaza é catastrófica e citou a eminente ameaça de fome.
Contrariado, Netanyahu disse à ministra que o seu governo não é como os nazistas, em uma aparente referência às tentativas de esconder os verdadeiros horrores dos campos de extermínio. O jornal The Times of Israel também confirmou a retórica do premiê: "Não somos os nazis", disse ele.
Baerbock foi questionada sobre o incidente ontem (19) durante sua coletiva de imprensa após conversas com seus homólogos do G7, e, segundo a mídia, respondeu à pergunta com irritação.
"Não reportamos conversas confidenciais. O embaixador alemão esteve em contato com a equipe do primeiro-ministro e deixou claro o que pensamos sobre esta publicação distorcida. Lamentamos a publicação, cuja fonte aparentemente não é clara. Não temos nada a acrescentar", declarou a ministra sem desmentir o ocorrido.
A Alemanha é tradicionalmente um dos mais fortes apoiadores de Israel, mas o incidente ameaça azedar esses laços. Em um vídeo divulgado pelo gabinete de Netanyahu, os dois se cumprimentam, mas é possível notar uma certa irritação na ministra.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reuniu-se hoje com o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, e com a ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock. Durante as reuniões, o primeiro-ministro Netanyahu reiterou que Israel manteria o seu direito à autodefesa.
De acordo com um relatório divulgado pelas Nações Unidas em março, toda a população de Gaza, cerca de 2,3 milhões de pessoas, está enfrentando altos níveis de insegurança alimentar "aguda". Isso inclui 1,1 milhão de pessoas que sofrem de insegurança alimentar "catastrófica".
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, disse neste sábado (20) que pelo menos 34.049 pessoas foram mortas no território durante mais de seis meses de guerra entre Israel e militantes palestinos.
A contagem inclui pelo menos 37 mortes nas últimas 24 horas, informou um comunicado do ministério, acrescentando que 76.901 pessoas ficaram feridas. Do lado israelense, cerca de 1.350 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.