Ele é o primeiro oficial militar de alta patente no país judeu a renunciar devido a erros em torno da incursão do Hamas no 7 de Outubro, considerado o ataque mais mortal contra Israel desde a criação do Estado judeu, que ocorreu em maio de 1948.
"Em coordenação com o chefe do Estado-Maior, o chefe da direção de Inteligência, major-general Aharon Haliva, solicitou o encerramento do cargo após sua responsabilidade como chefe da Direção de Inteligência durante os acontecimentos de 7 de Outubro", informou as FDI via comunicado.
"O chefe do Estado-Maior agradeceu ao major-general Aharon Haliva por seus 38 anos de serviço nas FDI, durante os quais contribuiu significativamente para a segurança do Estado de Israel como soldado e comandante", acrescentou.
Em carta de demissão dirigida ao chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), general Herzi Halevi, Haliva escreveu que "com autoridade, vem uma grande responsabilidade".
"A Direção de Inteligência Militar, sob o meu comando, não alertou sobre o ataque terrorista realizado pelo Hamas", declarou Haliva em 17 de outubro, dez dias após a ofensiva do Hamas.
"Falhamos em nossa missão mais importante e, como chefe da Direção de Inteligência Militar, assumo total responsabilidade pelo fracasso. Agora, mais de meio ano depois, junto com o início das investigações [internas], apresento minha demissão", escreveu Haliva na carta (em hebraico) tornada pública nesta segunda-feira (22) pelo próprio Exército.
As FDI têm alvejado posições do Hezbollah desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, quando o movimento libanês passou a atacar o norte de Israel em solidariedade à Palestina. Na semana passada, as FDI afirmaram ter eliminado o comandante da unidade de foguetes e mísseis da região oeste das Forças Radwan, do Hezbollah.
No dia seguinte ao ataque, a Divisão Regional Galileia, das FDI, realizou um exercício militar de larga escala no norte de Israel, simulando cenários de ataque e defesa que, segundo um comunicado das FDI, tinham como objetivo preparar os militares para um embate com o Hezbollah.
"Os exercícios fazem parte da aceleração da preparação das FDI para a defesa e o forte ataque na fronteira norte", informou o comunicado na ocasião.