Segundo o líder azeri, ambas as partes já conseguem concordar sobre os princípios básicos do tratado de paz. "Chegar a um acordo entre o Azerbaijão e a Armênia antes da COP29, pelo menos sobre os princípios básicos, parece bastante realista", disse.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024, também conhecida como COP 29, está marcada para acontecer entre 11–22 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão.
"Chegar a um acordo sobre princípios básicos também é uma opção. E mais tempo pode ser gasto no detalhamento das disposições. Até lá, um projeto de acordo poderá até estar pronto."
Em seu discurso, no entanto, o presidente azeri criticou a aproximação do primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, de outras nações, afirmando que estão usando a Armênia para ameaçar o Azerbaijão.
"É uma questão de nossa segurança nacional. Não podemos ficar sentados e esperar para ver como a França, a Índia e a Grécia estão usando a Armênia como arma contra nós", disse Aliyev.
"Não podemos simplesmente sentar e esperar. Expressámos abertamente esta posição ao governo armênio e àqueles que querem cuidar da Armênia agora. Teremos de tomar medidas sérias se virmos uma ameaça grave para nós."
Enquanto isso, ambos os países começaram a marcar sua fronteira. O primeiro pilar de demarcação fronteira foi colocado entre a República do Azerbaijão e a República da Armênia nesta terça-feira (23) "como parte do trabalho de esclarecimento das coordenadas com base em medições geodésicas no terreno", disse um comunicado do governo azeri.
Por sua vez, o governo da Armênia confirmou o estabelecimento do primeiro pilar e que grupos de especialistas de ambos os países iniciaram nesta terça "o processo de ajuste das coordenadas com base nas medições geodésicas do local".
A Armênia e o Azerbaijão travaram várias guerras pela disputada região de Nagorno-Karabakh desde o colapso da União Soviética no início da década de 1990. A última faísca de hostilidades em 2023 resultou na tomada do Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão e levou a população armênia da região separatista a fugir quase inteiramente para a Armênia. Simultaneamente, Baku e Yerevan iniciaram a delimitação das fronteiras e declararam que estavam perto de concluir um tratado de paz.
O Azerbaijão exigiu o controle de uma série de aldeias azerbaijanas anteriormente soviéticas, ambas adjacentes à fronteira e encravadas dentro do território armênio na região de Tavush. São elas: Baganis Ayrum, Asagi Askipara, Heyrimli e Kizilhacili.
Na semana passada, os vizinhos do sul do Cáucaso chegaram a acordo sobre o processo de demarcação da fronteira em Tavush, que resultará na entrega de quatro aldeias que estavam sob controle armênio desde o início da década de 1990. A decisão gerou protestos na Armênia, com pessoas a bloquearem uma autoestrada que atravessa Tavush até à vizinha Geórgia desde sábado.