Panorama internacional

China acusa EUA de não cumprirem 'diálogos de segurança nacional' acordados entre Biden e Xi na APEC

O embaixador da China nos Estados Unidos criticou Washington por não desenvolver diálogos prometidos com Pequim sobre a definição das "fronteiras da segurança nacional", apesar de os dois países terem combinado de impulsionar tais diálogos.
Sputnik
Segundo Xie Feng, durante o encontro entre Joe Biden e Xi Jinping na Califórnia para a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em novembro passado, os dois líderes combinaram progredir em consultas sobre as fronteiras de segurança nacional, mas os Estados Unidos "estão relutantes em fazer discussões detalhadas".

"Espera-se que o lado dos EUA tome medidas sérias para implementar o importante consenso dos dois presidentes sobre questões que preocupam o lado chinês. [...] Por exemplo, os dois presidentes concordaram que os dois lados deveriam realizar consultas sobre as fronteiras de segurança nacional. Os dois lados iniciaram essas consultas, mas pouco progresso foi feito nos últimos seis meses. Embora o lado dos EUA tenha concordado em realizar tais consultas em princípio, está relutante em entrar em discussões detalhadas. E quando pressionado, apenas alega que 'a segurança nacional não é negociável'. Esta não é uma atitude responsável", disse o embaixador, citado pelo jornal Nikkei Asia.

Para a diretora do Asia Society Policy Institute, Rorry Daniels, os comentários de Xie provavelmente se referiam não a questões territoriais, mas às restrições tecnológicas e comerciais dos EUA à China sob a lógica da segurança nacional.
"A China quer mais clareza sobre como uma estratégia de 'pátio pequeno, cerca alta' funcionará na prática e está preocupada que as restrições de segurança nacional estejam prejudicando a competitividade econômica da China a longo prazo", disse Daniels apontando para a estratégia da administração Biden.
Panorama internacional
Mídia: Japão e Países Baixos entram no 'esquema' dos EUA e restringem microchips avançados à China
Xie usou algumas analogias para descrever essas frustrações. Em sua visão, a competição entre a Washington e Pequim "deveria ser como competir pela excelência em um campo de corridas", disse ele, mas a realidade, "não é a competição, mas o bullying".
"Ao impor sanções às empresas chinesas de acordo com a sua própria legislação interna, o lado dos EUA está basicamente a manter os jogadores chineses fora do jogo mesmo antes de este começar", afirmou o embaixador.
O lado norte-americano pressiona outras nações como os Países Baixos e o Japão a proibirem as exportações de certos dispositivos e tecnologias para a China, tais como máquinas de litografia, isso "é como pedir a outros que corram descalços ou com chinelos de palha enquanto alguém usa tênis de corrida de alta tecnologia em uma corrida", disse o embaixador.
Panorama internacional
Em ataque velado, China convoca nações asiáticas em fórum para combater 'bullying' dos EUA
Xie também comentou que alguns dos principais intervenientes chineses conseguiram assumir a liderança "mesmo quando descalços", como os produtores de veículos elétricos, baterias de lítio e produtos fotovoltaicos.
"O lado dos EUA, no entanto, acusa-os de serem 'excessivamente competentes', de causarem 'excesso de capacidade' e de representarem uma ameaça para outros concorrentes, exigindo que abandonem o jogo", disse Xie. "Isto não é justo", complementou.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a cnteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Comentar