Após ficar de fora no ano passado, o país aparece na 19ª posição na lista de 2024, divulgada pela consultoria Kearney. Em 2022, última vez que apareceu no ranking, o Brasil ocupava a 22ª posição. Em 2012 e 2013, o país chegou ao 3º lugar.
O estudo é um inquérito anual enviado a investidores globais e executivos de empresas de 30 países com receitas anuais superiores a US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões).
O Índice de Confiança para Investimento Estrangeiro Direto (IDE) é liderado há 12 anos pelos Estados Unidos, seguido por Canadá e China. Entre os emergentes, o Brasil aparece em 5º lugar, atrás de Índia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e China.
O levantamento também mede o otimismo dos investidores. Cerca de 88% dos executivos consultados afirmaram que planejam aumentar seus investimentos diretos no exterior nos próximos três anos, 6% mais do que em 2023.
No entanto, uma das preocupações citadas pelos investidores é são as atuais tensões geopolíticas: 85% disseram que um aumento nas tensões afetará as decisões de investimento.
Eles também afirmaram que um ambiente regulamentar empresarial mais restritivo poderá representar riscos no próximo ano. Políticas industriais e restrições comerciais, incluindo as relacionadas a tecnologias, mostram uma maior complexidade regulamentar e podem esfriar os negócios.
"Os resultados sugerem que o otimismo dos investidores é elevado e tem potencial para crescer ainda mais nos próximos três anos, mas os principais riscos relacionados com tensões geopolíticas e um ambiente regulatório restritivo são grandes", escreve a consultora.
No ano passado, o investimento direto estrangeiro despencou 17% no Brasil, de US$ 74,2 bilhões (R$ 3,8 bilhões) em 2022 para US$ 62 bilhões (R$ 3,19 trilhões - ou 2,85% do PIB), segundo dados do Banco Central citados pelo The Brazilian Report.
O resultado de 2023 foi impulsionado principalmente pela queda nas operações intercompany e nos preços das commodities.
Em um relatório aos investidores logo após a divulgação dos dados em fevereiro, o chefe de pesquisa econômica da América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, enfatizou que um ajuste fiscal profundo no Brasil "é fundamental para permitir um ajuste estrutural permanente da conta corrente e criar espaço para uma recuperação dos níveis de investimento atualmente muito baixos", disse Ramos segundo a mídia.