"O objetivo é estender a outras áreas do estado a exitosa operação Segurança Presente e possibilitar que associações de moradores e comerciais possam vir a arcar, dentro dos seus interesses, com a presença ostensiva de agentes de segurança", declarou o deputado durante a votação.
"Esse projeto de lei é mais uma das muitas aberrações que acontecem na segurança pública do Rio de Janeiro e um erro gravíssimo. Primeiro porque sequer temos contingente de policiais necessários para realizar a prestação do serviço de segurança pública. Precisamos de mais policiais na rua, nas delegacias especializadas e nos batalhões para melhorar o serviço. E como que poderíamos fazer isso se vamos dividir o nosso contingente para que ele também possa prestar serviços de segurança privada?", questiona o especialista.
"A aprovação desse projeto implica, logicamente, em muitas falhas na segurança pública. Isso demonstra que nós não temos um serviço adequado e reflete na segurança privada, que, logicamente, empresários, comerciantes e donos de indústria fazem pressão para que possam ter uma melhor prestação da atividade. Com o projeto, quem tem condições de pagar passa a ter uma segurança pública travestida de privada e quem não tem condições de pagar vai ficar à mercê da violência e da criminalidade", resume o especialista.
Como está a situação da milícia no Rio de Janeiro?
Qual a diferença entre milícia e facção?
"Não há constitucionalidade nesse projeto, inclusive do ponto de vista de como se pensa o serviço público. O serviço público é pensado, em sua grande maioria, como atividades de dedicação exclusiva, e especialmente no caso da manutenção da segurança pública, estamos falando das carreiras que estão ali descritas no artigo 144 — o pressuposto é de que essas atividades devem ser realizadas de forma totalmente exclusiva, porque você está falando de profissionais que têm direito ao porte de arma para o exercício das suas funções", pontua.