O porta-aviões nuclear francês iniciou a sua missão no mar Mediterrâneo, perto do seu porto de origem, Toulon. De acordo com a Reuters, colocar o Charles de Gaulle sob o controle operacional da Aliança Atlântica é altamente simbólico.
O contra-almirante Jacques Mallard, comandante do grupo de ataque, disse que estava de acordo com o fato de a França já ter algumas forças terrestres e aéreas sob o comando da OTAN para "dissuadir a Rússia no Leste Europeu".
"É importante porque nos permite permanecer na cadeia de comando e conhecer melhor as pessoas com quem poderíamos trabalhar no caso de uma crise", disse Mallard, citado pela mídia.
No dia 2 de maio, o Charles de Gaulle chegará à base naval de Souda, localizada na ilha grega de Creta. Mas antes dele, no domingo (28), chegará o porta-aviões norte-americano Dwight D. Eisenhower, informou o jornal grego Rizospastis.
Souda abriga a maior base naval dos Estados Unidos no mar Mediterrâneo.
Os porta-aviões e demais embarcações são a peça central do Neptune Strike, uma série de exercícios que a OTAN afirma que ajudarão os seus membros a aprenderem a trabalhar em conjunto de forma mais integrada.
O vice-almirante dos EUA Thomas Ishee, comandante das Forças Navais de Ataque e Apoio da OTAN, disse que o exercício está entre um dos maiores já feitos pela aliança. Ele também declarou à Reuters que "a OTAN não está em guerra com a Rússia, mas estamos muito preocupados com a Rússia e estamos muito interessados em dissuadir a Rússia contra a agressão".
A decisão da França de transferir o porta-aviões para o comando da OTAN é mais uma prova da constante "erosão" da soberania nacional da França, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
"É claro que tal decisão é um direito soberano da liderança francesa. No entanto, esta parece ser outra evidência clara da 'erosão' constante da soberania nacional da França, e na sua dimensão mais importante e sensível, no campo de dissuasão nuclear", disse Zakharova a repórteres.
A decisão também atraiu críticas em Paris, com franceses dizendo que a ação representa uma perda de poder soberano, relata a Reuters. As autoridades francesas dizem que a mudança é normal, a partir do momento que a França "faz parte da aliança militar multinacional".