Panorama internacional

General alemão adverte para 'erro fatal' que OTAN fará se guerra por procuração na Ucrânia continuar

As forças que nos países ocidentais estão por trás do prolongamento da crise ucraniana estão "fatalmente" equivocadas em sua suposição de que Kiev poderia se beneficiar de alguma maneira por a crise com a Rússia ser arrastada por mais tempo, alerta o general alemão Harald Kujat, ex-presidente do Comitê Militar da OTAN.
Sputnik
"Seria um erro fatal acreditar que as perspectivas da Ucrânia melhorarão quanto mais a guerra continuar. Pelo contrário: as consequências catastróficas deste erro só podem ser evitadas se for possível impedir uma derrota militar através de uma cessação antecipada das hostilidades e [início] das negociações de paz entre os dois países beligerantes", disse Kujat em entrevista à revista alemã Overton Magazin.

"A situação militar tornou-se muito crítica para a Ucrânia após o fracasso da ofensiva no ano passado, e está se tornando mais difícil a cada dia que passa. As Forças Armadas ucranianas perderam a capacidade de realizar operações ofensivas e, por conselho dos americanos, estão tentando reduzir suas altas perdas em pessoal por meio de defesa estratégica e mantendo o território que ainda controlam", explicou o general.

Ao mesmo tempo, o general alemão observou que Kiev está agora em uma posição "extremamente vulnerável" em áreas cruciais para uma defesa estratégica bem-sucedida – falta de defesas aéreas suficientes, de munição para artilharia e sofrendo um "grande déficit de soldados treinados", com essas deficiências "reforçando umas às outras em seus efeitos negativos".
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"Por mais amargo que seja admitir, apesar do amplo apoio financeiro e material que recebeu dos Estados Unidos e da Europa, a Ucrânia não conseguiu transformar a situação estratégica em seu favor. Pelo contrário, no ano passado, 12 brigadas ucranianas foram treinadas por países da OTAN e equipadas com armamento moderno para romper as defesas russas em uma grande ofensiva que começou com altas expectativas. A ofensiva falhou com grandes perdas", lembrou Kujat.
A crise ucraniana poderia ter sido totalmente evitada se os EUA e a OTAN estivessem dispostos a "negociar seriamente" os projetos de tratados de segurança russos propostos por Moscou no final de 2021, lembrou o general, acrescentando que outra oportunidade para acabar com o conflito – através de negociações em Belarus e na Turquia, em março de 2022 – foi jogada por água abaixo pelo Ocidente.
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