O desastre aconteceu em novembro de 2015 e afetou toda a bacia do rio Doce, entre Minas Gerais e o Espírito Santo, além de deixar 19 pessoas mortas. Mesmo após quase nove anos, o distrito de Bento Rodrigues ainda não foi concluído, apesar da entrega de casas ter sido iniciada no fim de 2022.
Desse total, R$ 72 bilhões seriam repassados em dinheiro e outros R$ 18 bilhões em ações implementadas pela própria Samarco, informou a Agência Brasil. Há mais de dois anos, o poder público busca uma repactuação do acordo de reparação por conta da falta de efetividade das ações da Fundação Renova, entidade criada para fazer a reparação ao longo da bacia.
A negociação com as mineradoras é realizada pelos governos federal, de Minas Gerais e Espírito Santo, além do Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União. Em janeiro, a Justiça Federal chegou a condenar a Samarco, a Vale e a BHP a pagarem quase R$ 48 bilhões em danos morais coletivos pelo rompimento da barragem, mas as companhias recorreram. Caso o acordo seja selado, a ação pode ser suspensa.
"Entidades que representam os atingidos não foram chamadas para participar das negociações. Críticas da nova proposta das mineradoras, elas avaliam que concretamente se trata de R$ 72 bilhões em dinheiro, o que seria insuficiente para cobrir a reparação integral dos danos causados. O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) manifestou a expectativa de que a oferta seja recusada pelos governos e pelas instituições de Justiça. A entidade considera que, caso seja feito um novo acordo de cúpula, sem participação das vítimas, não será possível resolver os principais problemas", apontou a publicação.
Processo no Reino Unido
Cerca de 700 mil atingidos, entre moradores da bacia, empresas e prefeituras, fazem parte de um processo no Reino Unido contra a BHP, que tem sede em Londres. O grupo é representado pelo escritório de Pogust Goodhead, e a expectativa é de que a ação só seja concluída em 2027. Ao todo, o pedido solicita cerca de R$ 230 bilhões.