Panorama internacional

Políticos ligados ao governo Lula e ao bolsonarismo vão aos EUA 'pedir ajuda' à democracia no Brasil

Nesta quarta-feira (1º), um grupo de parlamentares brasileiros foi à capital norte-americana buscar apoio e cooperação diante "da ameaça da extrema direita no Brasil". Na semana que vem, acontecerá uma audiência promovida por bolsonaristas sobre uma "suposta crise da democracia" em território brasileiro.
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O grupo de hoje (1º), que se encontrou com o senador Bernie Sanders, foi liderado pela senadora Eliziane Gama (PSD). Também estavam presentes o senador Humberto Costa (PT) e os deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL), Rogério Correia (PT), Jandira Feghali (PCdoB) e Rafael Brito (MDB), assim como o diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sottili.
Eles estão propondo a criação de canais de troca de informações com congressistas estadunidenses para permitir o fluxo de informação sobre movimentos antidemocráticos no Brasil e nos EUA, relata a coluna de Jamil Chade no UOL.
No encontro com Sanders, de cerca de 30 minutos, a senadora Eliziane afirmou que o grupo estava preocupado com a democracia no Brasil e nos EUA e que seria fundamental ouvi-lo.
Em uma fala intensa, Sanders afirmou que concordava com a avaliação dos brasileiros. Segundo pessoas que estavam na reunião, ele afirmou que a situação é "muito preocupante" e disse que Brasil e EUA "têm uma responsabilidade muito grande com a democracia nos seus respetivos países, mas também em todo o mundo".
"Esse é um problema internacional", afirmou o senador ao grupo brasileiro, segundo a mídia.
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Antes de Sanders, o grupo esteve com os congressistas norte-americanos Susan Wild, Jim McGovern, Chuy Garcia e Greg Casar.
Nas reuniões, a meta foi explorar possíveis estratégias conjuntas para combater a disseminação de desinformação, além de articulações para enfrentar os desafios ligados à regulação do ambiente digital.

Ao final do encontro, Sottili explicou que Sanders concordou com a preocupação da delegação brasileira e de que "temos de avançar para descobrir formas para defender a democracia": "A avaliação foi positiva", acrescentou o diretor-executivo.

A avaliação, escreve Jamil Chade, é de que alguns políticos de extrema direita brasileiros, incluindo apoiadores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm se envolvido em articulações internacionais. Eles estão ativos no continente americano e na Europa, buscando construir alianças e obter apoio para suas agendas políticas, diz o colunista.

Audiência sobre 'Estado de Direito'

Na terça-feira (7) que vem, o Congresso norte-americano realizará uma audiência sobre uma suposta crise da democracia no Brasil intitulada "Brasil: Uma crise da democracia, da liberdade e do Estado de Direito?".
O evento está sendo organizado pelo subcomitê de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais, vinculado ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara norte-americana.
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De acordo com a Folha de S.Paulo, o evento também terá a presença do jornalista estadunidense Michael Shellenberger, que divulgou os arquivos do X (antigo Twitter) relacionados ao Brasil, do CEO da rede conservadora Rumble, Chris Pavlovski, e do ativista brasileiro Paulo Figueiredo Filho, alinhado ao bolsonarismo, relata a mídia.
A iniciativa faz parte de uma ofensiva internacional coordenada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) para angariar apoio a alegações de perseguição e censura no Brasil.
Além de visitas frequentes a Washington — houve ao menos outras duas, em novembro e fevereiro —, o deputado, filho do ex-presidente, esteve no início do mês na Bélgica, em missão ao Parlamento Europeu. O embate entre o dono do X (ex-Twitter), Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi um dos temas centrais das conversas.
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Na terça-feira (30), Eduardo Bolsonaro se encontrou no Parlamento Federal alemão, o Bundestag, com a deputada alemã de extrema direita Beatrix von Storch, neta do ministro da Economia de Adolf Hitler e vice-líder do partido Alternativa para a Alemanha.
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